Situações vivenciadas por cuidadores familiares de idosos na atenção domiciliar

Abstract

Objetivo: identificar situações positivas e negativas vivenciadas por cuidadores familiares de idosos atendidos em um Serviço de Atenção Domiciliar. Método: estudo qualitativo, com coleta de dados de março a maio de 2015, por meio de formulário sociodemográfico e entrevista semiestruturada, submetidos à análise de conteúdo temática e organizados em duas categorias, conforme a Técnica de Incidentes Críticos. Resultados: participaram oito cuidadores. As situações negativas incluem inexperiência prévia e desconhecimento de tecnologias utilizadas para o cuidado; estar sozinho para o cuidado e alterações psicofisiológicas do cuidador. As situações positivas sintetizam o conforto de estar em casa, apoio do Serviço de Atenção Domiciliar e redução nos gastos com deslocamento até serviço de saúde. Conclusão: conhecer as situações positivas e negativas vivenciadas pelos cuidadores familiares, subsidia o planejamento de ações pela equipe de saúde, com vistas a fortalecer as potencialidades, reduzir as dificuldades dos cuidadores e qualificar o cuidado domiciliar.

Desafios Para O Internamento Domiciliar Do Idoso Na Perspectiva Da Família

“…A influência positiva do ambiente domiciliar para a recuperação do idoso, destacada nesta investigação, corrobora achados de outros dois estudos com cuidadores familiares, os quais também indicaram a internação domiciliar e o processo de cuidado estabelecido no conforto do lar e na presença do vínculo familiar como fator favorável ao processo de reabilitação e aumento do bem-estar do idoso, bem como na melhora do quadro clínico do paciente (5,16) . Do mesmo modo, estudo realizado com cuidadores familiares, idosos e profissionais de saúde sobre a percepção do cuidado domiciliar, enfatizou a melhora significativa das condições de saúde da pessoa idosa em internamento domiciliar (11) .…”

“…No entanto, não se exclui a possibilidade da divisão de responsabilidades entre os outros familiares para evitar-se a sobrecarga (17) . Assim, a união da família e a possibilidade de compartilhamento do cuidado são influentes no processo de adaptação à nova rotina e na qualidade de Sara Ingrid de Rezende Ferreira, Elen Ferraz Teston, Gleice Kelli Santana de Andrade, Bianca Cristina Ciccone Giacon-Arruda, Daniela Miyuki Sato, Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida vida dos responsáveis pelos cuidados (16) . Não obstante, essa divisão de responsabilidade entre os demais familiares e o apoio ao cuidador principal ainda é pequena na maioria dos casos, o que implica no cuidado isolado e na sobrecarga do cuidador (17) .…”

“…Cabe salientar que as dificuldades relacionadas à execução dos cuidados enfrentadas pelo cuidador, por vezes, poderiam ter sido amenizadas ainda com o familiar hospitalizado, visto que, nesse período de internação, o cuidador, sob supervisão dos profissionais, pode desenvolver competências e habilidades que implicariam na redução da insegurança e da ansiedade quando sozinho no domicílio (16) .…”

Práticas educativas em saúde sobre responsabilidades pelo cuidado do idoso dependente

“…Estudo evidencia que cuidadores familiares expressam o cuidado como tarefa difícil e complexa, particularmente, devido à inexperiência, ao despreparo, à insegurança relacionada às demandas dessa atividade, e a não ter apoio para dividir essa responsabilidade no domicílio. 18 Soma-se a isso, quando o idoso necessita de cuidado ininterrupto, como em situações de dependência total, funcional e/ou cognitiva, visto exigir da pessoa que cuida paciência, amor, renúncia de desejos, dedicação, tempo disponível, auto-organização, modificações de rotinas, (re)adaptação e definição de prioridades para executar essa atividade.…”

Caracterização Sociodemográfica De Cuidadores De Usuários Em Atenção Domiciliar

“…Pesquisas ratificam esses dados já constatam que a maioria dos cuidadores são casados (ALMEIDA et al, 2018, MAMAMI et al, 2019ALVES et al, 2019). Outro estudo que aborda sobre as situações vivenciadas por cuidadores familiares de idosos na AD, equipara o número de cuidadores casados com solteiros (SILVA et al, 2019).…”