Este ensaio tem como objetivo principal discutir a amizade nas sociedades complexas, no caso trabalhado, entre entrevistados das 26 capitais de estados brasileiros e do distrito federal, a partir das vulnerabilidades a que estão expostas as relações entre indivíduos que se dizem amigos, no cotidiano. Na análise das vulnerabilidades na relação entre amigos busco compreender o porquê de algumas chegarem ao fim. Em um primeiro momento, tento estabelecer uma relação aproximativa entre apaixonamento, amor e amizade, para discutir adiante as relações sociais e morais produzidas em um processo de amizade, e do amor entre amigos, e as vulnerabilidades que problematizam, complexificam e tensionam algumas relações e levam outras a um fim. A análise está recheada de comentários retirados de entrevistas dispersas, realizadas ao longo de vários anos (entre 1995 a 2015) em todas as capitais de estados brasileiros e do distrito federal, e que alegam a existência de amizades tão intensas que sentidas como eternas, ou desejadas que assim pareçam. Tento compreender o sobressalto de alguns entrevistados quando, tendo eles experimentado amizades longas, de repente, um dia, estes relacionais se estranham e tudo o que construíram juntos perde ou parece perder o sentido, e chega ao fim. Palavras-chave: amizades, vulnerabilidade, cultura emotiva, moralidade.