2019
DOI: 10.31418/2177-2770.2019.v11.n.30.p108-129
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Sobre discursos e práticas da brutalidade policial: um ensaio interseccional e etnográfico

Abstract: Resumo: A partir de etnografia realizada numa repartição policial na região metropolitana do Rio de Janeiro, a Divisão de Homicídios, vou apresentar como objetos e símbolos eram acionados para reforçar posições de poder e valores de masculinidade associados à virilidade e ao uso da força. Desenvolvo uma abordagem que considera a minha experiência como antropóloga em campo e minha posição como mulher negra, tendo como interlocutores os policiais civis. Meu objetivo é discutir como os agentes do estado atuam pel… Show more

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“…Também não estou fechando os olhos para a gama de possibilidades políticas que antropólogos e antropólogas militantes e ativistas abraçam como "trabalhadoras-negativas", intelectuais públicos ou autoetnógrafas "indignadas" em suas defesas intransigentes das gentes sofridas (a esse respeito, ver RALPH, 2020;MEDEIROS 2019;ROCHA, 2018;MULLINGS, 2015;SCHEPER-HUGHES, 1995) 10 . Inspirado nos infindáveis esforços de ativistas negras e negros para tornar legíveis os horrores indescritíveis da violência estatal em lugares como o Brasil, Colômbia e os EUA, quiçá pretensiosamente, convido pesquisadores a se rebelar mudando os termos do engajamento etnográfico com a polícia e, assim, questionando a lealdade (nossa e da disciplina) ao regime da lei e da ordem antinegra.…”
Section: Antropologia Quilombistaunclassified
“…Também não estou fechando os olhos para a gama de possibilidades políticas que antropólogos e antropólogas militantes e ativistas abraçam como "trabalhadoras-negativas", intelectuais públicos ou autoetnógrafas "indignadas" em suas defesas intransigentes das gentes sofridas (a esse respeito, ver RALPH, 2020;MEDEIROS 2019;ROCHA, 2018;MULLINGS, 2015;SCHEPER-HUGHES, 1995) 10 . Inspirado nos infindáveis esforços de ativistas negras e negros para tornar legíveis os horrores indescritíveis da violência estatal em lugares como o Brasil, Colômbia e os EUA, quiçá pretensiosamente, convido pesquisadores a se rebelar mudando os termos do engajamento etnográfico com a polícia e, assim, questionando a lealdade (nossa e da disciplina) ao regime da lei e da ordem antinegra.…”
Section: Antropologia Quilombistaunclassified
“…Carolina Barreto Lemos Marcus Cardoso More than thirty years since Brazil's political redemocratization process began, the civil components of citizenship 1 continue to be systematically violated by institutional practices that directly conflict with the fundamental principles of a rule of law. In the realm of criminal justice, for example, empiric studies reveal that this reality is revived daily in all its dimensions, ranging from the truculence of police practices to arbitrary and discriminatory standards that characterize the action of the Public Ministry 2 and the courts in general (Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2019; Alves 2010; Caldeira & Holston 1999;Cardoso 2005Cardoso , 2012Cardoso , 2013Misse 2010;Medeiros 2019;Kant de Lima 2003;Schritzmeyer 2019;Sinhoretto 2015;Muniz 2018). This situation led Holston and Caldeira to classify Brazil as a "disjunctive democracy" (Caldeira & Holston 1999;Caldeira 2000;Holston 2008), an expression applied to emerging democracies that have relatively healthy electoral systems, but whose formal institutions for social control are unable to universally assure the civil rights of their citizens.…”
Section: Discursive Exclusion and Disrespect In Prisons In Brazilmentioning
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“…O jovem relata que nessa rua escura onde os policiais deram a ordem para que ele parasse, durante a abordagem, mesmo depois de comprovar que não tinha pendências com a justiça foi humilhado pelos policiais que, inclusive, questionaram a namorada do Conforme Medeiros (2019), em sua etnografia realizada numa repartição policial:…”
Section: A Morte Socialunclassified
“…Medeiros (2019), a partir de etnografia realizada numa repartição policial buscava discutir em sua pesquisa como os agentes do Estado atuam pela violência, fortalecendo a análise de mecanismos estatais de controle. Certa vez, constatou que "eu poderia ser alvo de uma prática altamente comum entre os policiais, a de implantar armas em determinadas vítimas para legitimar suas mortes e desumanizar as suas existências"(MEDEIROS, 2019, p. 127).…”
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