1998
DOI: 10.1590/s0104-71831998000200008
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“Soldado é superior ao tempo”: da ordem militar à experiência do corpo como locus de resistência

Abstract: Resumo Em 1997, dez anos após o Desastre Radiológico de Goiânia, um grupo de policiais militares (PM’s) que trabalharam nas áreas contaminadas pelo césio-137 reivindicam como causa de seus distúrbios físicos e psicológicos o contato que tiveram com a radiação em 1987. Este trabalho, através das representações construídas sobre a noção de corpo contaminado e das experiências cotidianas vividas por PM’s em confronto com autoridades governamentais, militares, médicas e parlamentares, analisa a emergência do conce… Show more

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“…Em 1987Em /1988 biomédico-nuclear, é declarada a não relação de causa e efeito entre doenças/trabalho/radiação. Esta negativa engendrou um confronto de narrativas que ocuparam o cenário do legislativo goiano e federal (Silva 1998b;Silva 2001;Silva 2004b).…”
Section: Silva: Silêncios Da Dor 20unclassified
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“…Em 1987Em /1988 biomédico-nuclear, é declarada a não relação de causa e efeito entre doenças/trabalho/radiação. Esta negativa engendrou um confronto de narrativas que ocuparam o cenário do legislativo goiano e federal (Silva 1998b;Silva 2001;Silva 2004b).…”
Section: Silva: Silêncios Da Dor 20unclassified
“…Um drama em que as narrativas sobre a dor, a identidade de vítima da catástrofe, o número de pessoas contaminadas, o local de destino dos rejeitos radioativos, os locais contaminados, as medidas compensatórias e sobre a causalidade de ocorrência de doenças relacionadas à catástrofe evidenciam um contexto processual de disputa tecido ao longo dos anos. A controvérsia sobre o desastre desvenda um cenário no centro do qual se articulam formas diferentes de conhecimento: por um lado, o saber perito nuclear fundamentado na premissa de objetividade de doses de radiação e usado para controle do número de pessoas afetadas e na definição da temporalidade do desastre; de outro, as experiências e narrativas das pessoas que vivenciariam o cotidiano da cidade contaminada indicando um evento que transborda os limites temporais e espaciais definidos pelo Estado a partir das narrativas produzidas pelo sistema perito biomédico-nuclear.Este cenário de disputa engendra a política da memória do desastre (como entendida por Yoneyama 1992 e por mim apropriada) ao mesmo tempo em que expõe, de forma distinta, o agenciamento e o protagonismo de diferentes grupos sociais afetados, por exemplo, os policiais do césio (Silva 1998a;Silva 1998b) e o das vítimas integrantes da Associação das Vítimas do Césio-137. No caso dos policiais militares estes fizeram uso de uma memória performatizada através da qual as marcas do desastre impressas no corpo doente foram publicamente expostas (Silva 2015b).…”
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