Relato de Caso | Case RepoRt
INTRODUÇÃOAs hemorragias pré-retinianas geralmente ocorrem na interface entre a hialoide posterior e a membrana limitante interna (MLI). Menos frequentemente, elas estão localizadas na retina superficial, entre a MLI e a camada de fibras nervosas. Sua localização preferencial é na região macular levando, por conseguinte, à redução acentuada da acuidade visual (1) . As hemorragias subMLI estão associadas a inúmeras causas, sendo a síndrome de Terson (2) a mais comum. Outras possíveis causas são: discrasias sanguíneas (3) , trauma contuso da face (3) e ruptura de macroaneurismas (4) , além da retinopatia por Valsalva (4) . A retinopatia por Valsalva geralmente, apresenta-se como uma hemorragia pré-macular circunscrita, porém sua localização anatô-mica exata, subMLI ou subialoide, é ainda controversa e difícil de ser definida através da oftalmoscopia.O objetivo deste relato é descrever o caso de uma paciente com retinopatia por Valsalva que evoluiu com hemorragia subMLI e foi submetida à vitrectomia via pars plana, tendo tido melhora da acuidade visual e seguimento através da tomografia de coerência óptica (OCT) de domínio espectral, além de ter sido submetida à autofluorescência e eletrorretinograma multifocal (mfERG).
RELATO DE CASOPaciente do sexo feminino, 35 anos, sem comorbidades, procura o Pronto-Socorro de Oftalmologia com redução súbita e indolor da acuidade visual do olho direito (OD), após ter tido crise de tosse de forte intensidade, há um dia. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual com correção de conta dedos a 20 cm (OD) e 1,0 (olho esquerdo-OE). Apresentava motilidade ocular e reflexos preservados, pressão intraocular de 12 mmHg em ambos os olhos (AO), sem alterações à biomicroscopia de AO ou à fundoscopia do OE. No OD, apresentava nervo óptico corado, retina aplicada e hemorragia pré-macular (Figura 1).Realizou-se uma OCT Stratus®, que mostrou-se inconclusiva quanto à localização exata da hemorragia.Após explicações das possíveis condutas a serem tomadas, bem como seus riscos e benefícios, e por opção da paciente, optou-se por conduta expectante, havendo reabsorção parcial da hemorragia ao longo de dois meses (Figura 1), porém sem resolução total do quadro ou melhora da acuidade visual (conta dedos a 1,5 m). A fundoscopia do OD apresentava hemorragia de aspecto seroso. Diante disso, optou-se pela realização de vitrectomia via pars plana (material 23 gauge), com descolamento da hialoide posterior e observação da
RESUMORelatar o caso de uma paciente com retinopatia por Valsalva que evoluiu com he morragia submembrana limitante interna e foi submetida à vitrectomia via pars plana, tendo tido melhora da acuidade visual. Paciente hígida de 35 anos evoluiu com redução súbita e indolor da acuidade visual do olho direito, após crise de tosse. Ao exame oftalmológico, apresentava hemorragia pré-macular, sem outras altera ções. Inicialmente, optou-se pela conduta expectante, porém não houve regressão comple ta da hemorragia. Então, foi indicada a vitrectomia via pars ...