Aspectos imunobiológicos da neurocisticercose (NC) podem fornecer, como subsídio aos conhecimentos clínicos, recursos hábeis a aprimorar critérios de diagnóstico e de avaliação do perfil de evolução. Estes recursos incorporam inovações na área de neurociências, sobretudo no que se refere aos exames de neuroimagem e a aspectos neuroimunológicos do exame de líquido cefalorra¬ queano (LCR). Os dados do exame do LCR permitem o diagnóstico imunológico, por um lado pelo estudo das características funcionais dos elementos constituintes da resposta inflamatória celular 3,9,19 por outro lado pela detecção, por métodos cada vez mais sensíveis, de classes de anticorpos específicos. Permitem ainda a caracterização de processos inflamatórios localizados no sistema nervoso central (SNC) por estudo de receptores de membrana celular, detecção de faixas de migração restrita na região gama e padronização de relações e índices de imunoliberação local 12,13,27,28,29,31. A utilização do praziquantel, medicamento capaz de interferir nas condições biológicas do parasita, pode provocar o aparecimento do fenômeno de exacerbação da síndrome do LCR na NC. Este fato pode resultar da liberação de antígenos do parasita ou de alterações no complexo equilíbrio imunológico constituinte da interface parasita-hospedeiro 11,21,29,30,32. Não são bem conhecidos os fenômenos relacionados à liberação de antígenos em sistema previamente sinalizado com relação à NC 5,6,18. Também não é conhecido o perfil de evolução dos elementos celulares da resposta inflamatória naquelas condições, nem o poder discriminativo de cada elemento e nem o tempo necessário para que o sistema passe da fase de sinalização à fase de simples sequela imunológica.Dentro da amplitude do tema, o objetivo precípuo deste estudo é avaliar aspectos evolutivos do componente celular da reação inflamatória do LCR na .NC, enquanto de interesse à Neurologia.
MATERIAL E MÉTODOS