Introdução: O suicídio de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) é um grave problema de saúde pública. Objetivo: Apresentar o perfil geográfico, temporal, epidemiológico e toxicológico das vítimas idosas de suicídio no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 2017 e 2019. Método: Estudo descritivo e transversal a partir de consulta a todas ocorrências policiais e laudos periciais relacionados aos óbitos por suicídio e construção de três modelos de regressão logística para a verificação de associações. Resultados: Ao total, foram registrados 1145 óbitos de idosos por suicídio, com aumento de 17,7% de 2017 para 2019. Os idosos corresponderam a 28,5% de todos os suicídios do período, com maior frequência de casos (53,7%) entre 60 e 69 anos. A taxa média anual de mortalidade foi 19,1 casos/100 mil habitantes, chegando a 38,6 na região Vale do Rio Pardo e a 71,6 no município de Venâncio Aires. Houve predomínio do sexo masculino (81,0%) e os idosos mostraram-se mais associados às estações do ano verão ou outono, aos dias úteis, ao período do dia, à raça branca, à presença parental na certidão de nascimento, à ausência de antecedentes criminais e aos meios suicidas enforcamento ou arma de fogo. Análises toxicológicas foram realizadas em 73,7% dos casos, observando-se uma razão de chances 2,58 vezes maior (IC95% 1,86;3,65) de as vítimas serem idosas quando os resultados eram negativos para etanol; 1,40 vezes maior (IC95% 1,04;1,88), quando eram positivos para algum antidepressivo e 1,62 vezes maior (IC95% 1,14;2,34), quando eram negativos para ansiolíticos. Conclusão: Esse trabalho apresentou dados que podem direcionar programas de prevenção do suicídio entre idosos.