Suicídio e povos indígenas brasileiros: revisão sistemática

Abstract

Objetivo. Descrever a frequência, as características e os fatores que contribuem para o suicídio em povos indígenas brasileiros. Método. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura a partir das bases de dados PubMed, SciELO, PsycINFO e LILACS. Foram incluídos estudos de base populacional que enfocassem suicídio em populações indígenas no território brasileiro. Resultados. A busca identificou 111 artigos, dos quais nove preencheram os critérios de inclusão. Três estudos foram realizados na região Centro-Oeste, quatro na região Norte do Brasil e dois abordaram todas as regiões do Brasil. Três estudos citaram as etnias estudadas, totalizando sete etnias (Terena, Kadiweu, Guato, Ofaie-Xavante, Guarani, Guarani-Kaiowá e Guarani-Nandeva). Os estudos demonstraram maior taxa de mortalidade por suicídio em pessoas do sexo masculino, solteiros, com 4 a 11 anos de escolaridade, na faixa etária de 15 a 24 anos, no domicílio e nos finais de semana, tendo como principal método o enforcamento. Os principais fatores de risco para o suicídio foram pobreza, fatores históricos e culturais, baixos indicadores de bem estar, desintegração das famílias, vulnerabilidade social e falta de sentido de vida e futuro. Conclusões. Todos os estudos indicaram a necessidade de desenvolvimento de estratégias em conjunto com as comunidades, considerando sua cosmovisão e os aspectos sócio-histórico-culturais de cada etnia, para minimização dos fatores de risco e redução da taxa de suicídio.

Elementos do Bem Viver dos Povos Indígenas Brasileiros

“…Quadro 1 -Fontes de pesquisa do Bem Viver por Etnias e Biomas Brasileiros. 2019), bem como sobre a adaptação de povos indígenas em contextos de contato com a cultura imposta pelos 'brancos' (Souza et al, 2020;Santos, 2019;Rosa, 2019;Stumpf & Bergamaschi, 2016).…”

“…Nesse mesmo sentido, há manifestações da "busca pelo equilíbrio" apresentada por Solón (2019) como um dos cinco elementos fundamentais do Bem Viver. Nota-se isso, por exemplo, no resgate e reforço das cosmovisões e tradições ancestrais indígenas como forma de fortalecimento das comunidades e indivíduos para resistir as mazelas advindas do contato com nãoindígenas, como o aumento de suicídios e alcoolismo nas aldeias (Souza et al, 2020;Santos, 2017). Como exemplos, temos as manifestações do povo Krenak após o desastre ambiental de Mariana, mostrando o valor espiritual, ambiental e social do rio Doce para a sua cultura (Urquiza & Rocha, 2019) e o caso do povo Terena, que deslocados de sua terra de origem têm desafios para manter a harmonia e perpetuar a sua cultura e identidade (Longhini, 2018).…”

Ciências da saúde no Brasil: contribuições para enfrentar os desafios atuais e futuros

“…As crianças precisam de mais amor e atenção dos adultos durante este momento difícil. Mantenha a rotina e os horários regulares o máximo possível (OLIVEIRA et al, 2020).…”

Círculo de cultura sobre estratégias de indigenização da saúde mental com povos indígenas do Ceará

“…Um estudo específico no Estado do Ceará comprovou que as cidades com povos indígenas têm mais altos índices para suicídio, tentativa de suicídio, intoxicação exógena, violência autoinfligida e violência interpessoal que as cidades com baixa prevalência de povos indígenas (Moura Jr, 2022). Enfatiza-se que houve 13.687 registros de casos de violência envolvendo populações indígenas (Souza, Oliveira, Alvares-Teodoro, & Teodoro, 2020).…”