IntroduçãoA borracha etileno-propileno-dieno (EPDM) apresenta importantes propriedades como resistência à oxidação, ao ozônio e a intempéries. Mas sua principal característica é o fato de ser capaz de manter essas propriedades mesmo quando exposta à baixa temperatura, o que torna sua aplicação de interesse para o setor aeroespacial. Além disso, apresenta tempo indefinido de vida útil [1] . É um elastômero obtido por uma copolimerização estereoespecífica do etileno, propileno e um dieno não conjugado [2] .Na indústria aeroespacial, a borracha de EPDM tornou-se uma alternativa interessante como proteção térmica de motores-foguete, pois possui baixa densidade, baixo custo de processamento e não libera produtos tóxicos durante sua queima, apresentando vantagens sobre a borracha nitrílica (NBR), o copolímero de butadieno e acrilonitrila, que é, usualmente, empregada para tal fim [3] . Porém os elastômeros de etileno-propileno são basicamente apolares, pois possuem uma cadeia com ligações CH 2 e CH 3 , apresentando baixas propriedades adesivas . Com a finalidade de melhorar esta propriedade, o tratamento da superfície para introdução de grupos funcionais polares, como por exemplo, grupos oxigenados e nitrogenados, é requerido [4] , sem interferir nas características do volume do polímero [5][6] . O tratamento por plasma apresenta estas características, além de ser inofensivo ao sistema ambiental [7] . A desvantagem do plasma está em exigir um sistema de vácuo, o que eleva o custo do tratamento [8] .A literatura cita alguns trabalhos que usaram plasma para tratamento de EPDM e a caracterização do efeito causado na superfície elastomérica, abordando em alguns casos a sensibilidade das técnicas usadas [3,[9][10][11] .Grythe et al. [9] estudaram o efeito do plasma com Ar, O 2 e N 2 em filme de EPDM formado após dissolução em hexadecano ("casting") e diferenças na superfície foram reveladas, por meio de análises de microscopia de força atômica (AFM), onde a superfície
Rita de C. L. Dutra Instituto Tecnológico da Aeronáutica Divisão de Química, IAEResumo: A superfície de uma borracha de etileno-propileno-dieno (EPDM) vulcanizada foi modificada via plasma por microondas, com gases Ar, Ar/O 2 , N 2 /O 2 e N 2 /H 2 , tendo como objetivo melhorar as propriedades adesivas da superfície. A técnica FT-IR/UATR foi escolhida para caracterizar as superfícies após tratamento, pois apresentou menor interferência dos ingredientes da formulação da EPDM, dentre as técnicas analisadas (ATR/KRS-5 e Ge). Grupos oxigenados foram inseridos na superfície da amostra tratada, mesmo quando não foi utilizado o oxigênio, pois estes grupos foram formados quando a superfície ativada foi exposta à atmosfera. Já em tratamentos contendo N 2 , grupos oxigenados e possíveis grupos nitrogenados foram identificados por FT-IR. Redução nos valores do ângulo de contato, aumento no trabalho de adesão e aumento no ensaio de resistência ao descascamento (EPDM × Poliuretano) foram observados após tratamento com Ar e N 2 /H 2 , resultando em melhora nas propriedade...