Este artigo analisa aulas da componente curricular didática, comum a cursos de licenciatura de uma universidade federal, como forma de investigar ações formativas que vêm sendo realizadas pelas autoras em aulas de graduação. A componente curricular aqui analisada visa problematizar as concepções dos estudantes acerca do ser professor por meio de discussões em sala de aula fundamentadas em teóricos da área, de modo a despertar nos discentes uma postura professoral que, além do saber e do fazer docentes, intelectualmente apreendidos, seja impregnada por elementos sensíveis, ampliando seus repertórios de representações para atuação profissional. Busca-se, assim, promover uma discussão sobre caminhos possíveis na formação inicial de professores que ultrapassem a ideia de profissional técnico-reflexivo-crítico e contemplem a sensibilidade como parte do processo. Os dados analisados mostraram que as interações ocorridas em aula, pautadas por elementos artísticos, levaram ao desenvolvimento de um respeito mútuo entre os participantes e promoveram uma educação para a autonomia. Foi notoriamente evidenciado um rompimento com alguns dispositivos de controle dos corpos, que vinham imbuídos em uma atitude inicialmente passiva dos estudantes diante da relação pedagógica. Dessa forma, foi possível identificar meios para fomentar nos futuros professores o vislumbrar de novas possibilidades de interpretação e intervenção nos processos educativos.