Em diversos locais do mundo, incluindo o Brasil, um número crescente de pessoas tem se tornado vegetariana. Motivações de natureza socioambiental estão entre as principais justificativas para isso, sobretudo devido à relação existente entre a pecuária industrial e muitos dos grandes problemas ambientais modernos. Toda a discussão do vegetarianismo como uma possível forma de alimentação mais sustentável relaciona diversas temáticas, como emissões de gases de efeito estufa, uso e ocupação do solo, aspectos ecológicos e energéticos, lógicas nas utilizações de recursos naturais na produção de alimentos, mudanças nos padrões de consumo, dentre outras. O presente trabalho explora as principais ideias e embasamentos do "vegetarianismo ambiental", mostrando algumas das controvérsias científicas, limitações práticas e implicações na segurança alimentar envolvidas no assunto. Este capítulo foi redigido com base na dissertação de mestrado "Vegetarianismo ambiental: estudo das controvérsias na relação entre vegetarianismo e emissões de gases de efeito estufa", defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) da Universidade de São Paulo no ano de 2019. O estudo foi orientado pela metodologia de Mapeamento de Controvérsias Sociotécnicas, que