Objetivou-se avaliar os aspectos de qualidade sensorial de madeiras endêmicas da Caatinga, a fim de compreender como as pessoas se relacionam com elas e entender as características sensoriais desejadas pelos consumidores e que possam auxiliar na valorização das espécies. Madeiras utilizadas em movelarias e serrarias de Aruaru, Morada Nova–CE (‘pau-branco claro’, ‘pau-branco rajado’, ‘cumaru’, ‘pereiro’, ‘pau-d’arco’ e ‘pitiá’) foram avaliadas, por 53 indivíduos, quanto a aceitação sensorial (cor, aparência global, textura visual e textura tátil) e perfil descritivo pelo método CATA (Check-all-that-apply). Os dados da aceitação foram submetidos à ANOVA, Teste de Tukey e ACP e, os do CATA, à análise multivariada de Correspondência. As madeiras foram bem aceitas (médias hedônicas entre 6 e 8). ‘Pereiro’ apresentou aceitação na faixa de "gostei" e "gostei muito" para todos os atributos avaliados, enquanto que ‘pau-branco rajado’ e o ‘pau-d’arco’, apresentou médias na região “gostei pouco”. As texturas visual e tátil contribuíram para a redução da aceitação das madeiras de ‘pau-branco claro’ e ‘cumaru’. A ‘Pau d'arco apresentou correlação positiva para a qualidade de madeiras, contudo a ACP mostra um segmento de consumidores que indicam baixa aceitação para sua textura tátil. Foi evidenciado que ‘Pereiro’, ‘Pau-branco rajado’ e ‘Pitiá’ apresentam alta correlação positiva nas características de qualidade esperadas pelos consumidores. Nesse sentido, devem ser implementadas políticas públicas de preservação dessas espécies. Essas informações, podem também servir como norteadores na elaboração de planos de manejo para os seus usos sustentáveis, ampliando o diálogo sobre a conservação da flora nordestina.