Por isso que os textos (capítulos) deste livro abrem espaço para novos processos de decolonizar, eles incomodam, eles pretendem trazer algumas das questões cruciais, tais como, a desigualdade social estratificada pelos marcadores de raça, classe, etnia, sexual, gênero que se esbarram no cotidiano, e que merecem ser desvelados.Um dos desvelamentos é em atenção aos sustentáculos morais e sociais do colonialismo que ainda persistem, não como a mesma força, mais são conceitos que desqualificam as relações democráticas. Demarca na história a ideia de existir uma pirâmide social de exclusão quando se refere à condição da mulher, do negro, dosLGBTQi+.Quando se pensa decolonizar tal modelo, é questionador observar que as práticas vividas nos espaços público e privado que os gêneros transitam há distorções no direito, não é igual a todos.Bem como, os marcadores de classes, e nesse contexto, seja a mulher negra, homem negro, por exemplos, vão encontrar outros marcadores, como a pobreza, e por isso, o ato decolonizar é mais complexo, exigente quando se refere aos marcadores sociais.Os marcadores sociais destinam a vida dos insurgentes de formas objetiva e subjetiva, que de maneira desigual forçam-os a perceber que são tratados diferente, devido a sua raça, etnia, orientação sexual e de gênero, e a posição econômica na sociedade. Essas diferenças são alinhavadas de preconceitos, de exposições discriminatórias e por isso, invadem-os em todos os espaços de vida.Essas práticas preconceituosas e discriminatórias ainda subjazem nas instituições e organizações públicas, consequentemente, os espaços que deveriam ser discussões, são marcados de exclusão, de negação, e que interpõem a uma luta em prol de processos de decolonização, e neste se encontram os aspectos do contradito e do conflito, mas também da esperança e do vir a ser, que está sendo feito processualmente.A luta dos insurgentes coloca nos atos de decolonizar, a busca pela liberdade, justiça social, equidade e igualdade social, e pelo fim da violência institucionalizada.Alguns caminhos dessa luta dos insurgentes vão pelo direito, pela instauração de novas práticas e pela poesia, como movimentos que libertam, engendram novas formas de resistência e de enfrentamento contra os preceitos e práticas excludentes na sociedade brasileira.Se gestam assim, no decolonialismo infinitas ligações entre as palavras e experiências, que se examinam mutuamente, provocando nessa trajetória, outras Gênero, Decolonialidade e Direitos Humanos: Diálogos insurgentes Prefácio 7raízes, que almejam mais paz, justiça e novos epílogos de uma história nova, em que as práticas de torturas, punições que marcam os corpos dos insurgentes, exigem-nos a um repensar com as novas letras e práticas para compor essa história nova.O livro, portanto, nos possibilita a este repensar, convida aos leitores adentrar no mundo das lutas dos insurgentes, e nelas refletir, pois existem novas possibilidades, e um dos caminhos que este livro nos aponta é permanecer pesquisando, estudando, desvelando e fazendo novas tessitu...