RESUMOO hipogonadismo é uma síndrome clínica e bioquímica que pode estar associada a um prejuízo significativo na qualidade de vida (QoL) do homem. Com o aumento na expectativa de vida e sobrevida do câncer prostático (CaP), espera-se um número maior de diagnósticos de hipogonadismo em homens submetidos ao tratamento potencialmente curativo do CaP. Apesar da contraindicação clássica do emprego de terapia de reposição com testosterona (TRT) em homens com diagnóstico ou suspeita de CaP, não há evidência convincente de que a normalização dos níveis de testosterona séricos em homens com baixos níveis seja deletéria. Em poucas séries de casos que descreveram a TRT após o tratamento do CaP, não houve casos de progressão clínica ou bioquímica do tumor. Não obstante a literatura seja limitada, os dados disponíveis sugerem que a TRT pode ser considerada em homens hipogonádicos selecionados, previamente tratados curativamente para o CaP de baixo risco e sem evidência de doença ativa.
Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(8):956-62Descritores Neoplasia prostática; terapia de reposição de testosterona; prostatectomia radical; braquiterapia e câncer de próstata; tratamento de câncer de próstata
ABSTRACTHypogonadism is a clinical and biochemical syndrome which may cause significant detriment in the quality of life. With the increase in life expectancy and prostate cancer survival a significant increase in the number of men with hypogonadism who have undergone presumably curative treatment for PCa is anticipated. Despite the widespread contraindication of testosterone in men with known or suspected prostate cancer, there is no convincing evidence that the normalization of testosterone serum levels in men with low, but not castrate levels, is deleterious. Although further studies are necessary before definitive conclusions can be drawn, the available evidence suggests that testosterone replacement therapy can be cautiously considered in selected hypogonadal men treated with curative intent for low risk prostate cancer and without evidence of active disease. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(8):956-62