Recebido em 15/1/09; aceito em 20/3/09; publicado na web em 7/4/09 CASHEW NUT OIL: OPPORTUNITIES AND CHALLENGES IN THE CONTEXT OF SUSTAINABLE INDUSTRIAL DEVELOPMENT. The new millennium is marked by a growing search for renewable fuels and alternative raw materials from biomass in the petrochemicals industry. However, there are many challenges to overcome regarding technological and human resources aspects. In this scenario, cashew nut oil, which is rich in natural phenols, is considered to be very promising for the development of synthetic and functional products and as a feedstock for production of fine chemicals and a wide variety of new materials.Keywords: cashew nut shell liquid (CNSL); phenolic components; renewable source.Anacardium occidentale L. é o seu nome científico. Pertencente a família Anacardiaceae, 1 o cajueiro é uma árvore de aparência exótica, troncos tortuosos, folhas glabras, flores masculinas e hermafroditas e fruto reniforme. Seu pedúnculo superdesenvolvido e muito apreciado pela suculência é frequentemente confundido com o fruto, quando na verdade se trata do pseudofruto, cientificamente denominado de pedúnculo floral, com coloração variante entre o amarelo e o vermelho.O fruto do cajueiro, popularmente conhecido como castanha de caju, é um aquênio de comprimento e largura variável, casca coriácea lisa, mesocarpo alveolado, repleto de um líquido escuro quase preto, cáustico e inflamável, chamado de líquido da casca da castanha do caju (LCC) ou cashew nut shell liquid (CNSL) como é conhecido internacionalmente. Na parte mais interna da castanha está localizada a amêndoa, constituída de dois cotilédones carnosos e oleosos, que compõem a parte comestível do fruto, revestida por uma película em tons avermelhados (Figura 1).A origem do cajueiro fundamenta-se em provas circunstanciais que indicam, de forma convincente, o Brasil ou pelo menos o norte da América do Sul e parte da América Central como o centro de procedência da espécie cultivada. 2 O cajueiro adapta-se melhor às regiões costeiras do nordeste brasileiro, onde faz parte da vegetação de praias e dunas, além das formações de restingas, permitindo supor que a origem filogenética da espécie reside em limítrofes da Mata Amazônica ou cerrados com ecossistemas da região Nordeste, com base na maior diversidade e adaptação da planta nestas localidades.Um forte indício sobre a origem brasileira do caju está na mais antiga referência conhecida sobre a planta, a ilustração feita pelo monge naturalista francês André Thevet 2 (1502-1590) em seu livro intitulado Singularidades da França Antártica (Les singularitez de la France Antartique), em 1557, escrito após sua passagem pela costa do Nordeste e Norte do Brasil.Atualmente, a planta está disseminada em diversos países como Índia, Moçambique, Tanzânia, Quênia e mais recentemente Vietnã, Indonésia e Tailândia. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE 3 e o Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanha de Caju e Amêndoas Vegetais do Estado do Ceará -S...