Estudos focados em orientações que comandam muitas das políticas curriculares e de avaliação internacionais referem que elas têm seguido lógicas de padronização que as inserem em uma Global Educational Reform Movement (GERM). Tendo este movimento por referência, foi realizado um estudo que teve como objetivo identificar e analisar possibilidades e limites da medida política de Autonomia e Flexibilidade Curricular implementada em Portugal em 2017/2018 constituir uma contracultura ao "GERM infecioso" das políticas globais. Os dados foram obtidos através da análise de relatórios elaborados por agrupamentos de escolas envolvidas nesta política, no ano de experimentação. A análise desses relatórios permitiu concluir que se trata de um projeto com possibilidades de se constituir em um potencial antídoto neutralizador dos efeitos do GERM. Contudo, na sua concretização são assinaladas limitações várias resultantes, quer de uma aculturação das escolas e dos professores a princípios de uma sociedade homogénea e homogeneizadora, quer da falta de condições para que os professores se assumam enquanto agentes de decisão. Palavras-chave; Autonomia; Flexibilização curricular; Políticas de educação; Culturas escolares; GERM.