“…5 Ao longo das últimas duas décadas foram realizados diversos estudos de recorte histórico e antropológico voltados para a análise das condições sociopolíticas que permitiram a emergência e consolidação da política nacional de saúde para as populações indígenas no Brasil (Athias & Machado, 2001;Chaves, Cardoso & Almeida, 2006;Coelho & Shankland, 2011;Langdon & Cardoso, 2015;Garnelo, 2006Garnelo, , 2012Pontes & Santos, 2020;Teixeira & Garnelo, 2014;Verani, 1999). Nas apreciações históricas sobre a constituição da atual política pública no campo da saúde dos povos indígenas, possivelmente a vertente que tem sido mais explorada diz respeito ao envolvimento dos indígenas em dinâmicas como o chamado controle social no âmbito do funcionamento do SasiSUS, em particular em períodos mais recentes, sobretudo a partir da primeira década dos anos 2000 (Garnelo & Sampaio, 2003;Langdon & Diehl, 2007;Teixeira, 2017;Teixeira & Silva, 2015), assim como a participação nas equipes multidisciplinares de saúde (Diehl, Langdon & Dias-Scopel, 2012;Langdon et al, 2006, Pontes & Garnelo, 2014. Nota-se que, comparativamente, pouca ênfase tem sido dada à atuação e influência dos movimentos sociais nas décadas de 1970 a 1990, incluindo líderes comunitários e ações políticas de grupos cuja atuação contribuiu para moldar os conteúdos e diretrizes das políticas de saúde que vieram a se consolidar na década de 1990 (Pontes & Santos, 2020).…”