Objetivos: O presente estudo teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas na detecção de maus-tratos, bem como a identificação dos sinais e sintomas de maus-tratos e a correta identificação do órgão para encaminhamento das notificações destes casos. Métodos: Foram aplicados formulários on-line submetidos via e-mail e redes sociais (Whatsapp, Instagram, etc.) com perguntas objetivas para profissionais da região Nordeste, Brasil, sendo obtidos 99 formulários corretamente preenchidos. Os dados foram analisados a partir dos testes Exato de Fisher e Qui-quadrado para identificar associações entre as variáveis estudadas. Resultados: Os resultados identificaram que 55,6% dos profissionais consideram-se aptos a diagnosticar possíveis casos de maus-tratos. Atrelado a este fato os resultados mostram que 55,6% dos profissionais participantes receberam orientações sobre a temática “maus-tratos infantil” durante a graduação, onde estes identificaram majoritariamente as disciplinas de Odontopediatria, Odontologia legal e Saúde coletiva como as principais disseminadoras deste conteúdo. Além disso, o conselho tutelar foi identificado por 82,8% dos profissionais participantes como local apropriado para realização da notificação. Dentre os participantes do estudo 65,7% dos cirurgiões-dentistas sabem reconhecer sinais e sintomas de possíveis casos de maus-tratos em crianças e adolescentes. Conclusão: Assim, concluímos que grande parte dos cirurgiões-dentistas possuem conhecimento adequado sobre a maus-tratos infantil, bem como a legislação e órgão competente que rege as notificações destes casos, mas não possuem conhecimento da ficha de notificação necessária para as denúncias.