2 7 2 7 2 7 2 7 2 7Resumo: Neste texto apresentamos alguns aspectos que tem caracterizado diferentes abordagens no estudo da memória a curto prazo. O enfoque quantitativo, proposto por Ebbinghaus (1885), aborda a memória em termos de sua capacidade de armazenamento. A memória é vista como um armazém no qual a informação é depositada e posteriormente recuperada; sua capacidade é determinada tanto em termos do número de itens que consegue armazenar, como em termos da duração dos itens armazenados. O enfoque qualitativo, com bases na tradição da Gestalt e no trabalho de Bartlett (1932), aborda a memória como um processo de representação ou de reconstrução de eventos passados. Nesta abordagem a memória é avaliada em termos da correspondência entre a representação e aquilo que é representado.
Palavras-chave:Memória a curto prazo, memória visuo-espacial.
QUANTITY AND QUALITY: TWO APPROACHES TO VISUOSPATIAL MEMORY.Abstract: In this text we present some aspects that have characterized different approaches to the study of the short-term memory. The quantitative approach, considered by Ebbinghaus (1985), considers the memory in terms of its capacity of storage. The memory is seen as a warehouse in which the information is deposited and later retrieved; its capacity is determined by the number of items that can be stored and in terms of the duration of the stored items. The qualitative approach, based in the Gestalt tradition and on Bartlett (1932), views the memory as a process of representation or reconstruction of past events. In this approach the memory is evaluated in terms of the correspondence between the representation and what it is represented Key-words: Short-term memory, visuo-spatial memory. Há alguns anos estávamos dando uma festa em casa quando o telefone tocou. Era um dos convidados, um velho amigo, que havia sofrido um acidente ao sair de casa. Para nossa sorte o acidente não havia sido muito sério. Ele estava saindo de seu apartamento, quando, previdente, pensou que seria perigoso entrar na casa, às escuras, depois de algumas cervejas. E voltou para acender a luz. O que poderia ter acontecido na volta, aconteceu na ida. Meu amigo tropeçou numa mesa de centro, caiu, trincou um osso do braço e quebrou o nariz. O acidente, é claro, foi muito desagradável, mas o que nos chamou mais a atenção foi que a mesa de centro estava no mesmo lugar há mais de 20 anos.
QUANTIDADE E QUALIDADE: DUAS ABORDAGENS DA MEMÓRIA VISUO-ESPACIAL.Esse acidente nos fez pensar, em primeiro lugar que as mesas de centro são perigosas, e em segundo, que existe um descompasso entre nossa representação do ambiente e o próprio ambiente. Isso é ainda mais surpreendente quando a nossa sensação é que lembramos perfeitamente, nos mínimos detalhes, dos ambientes em que vivemos. É surpreendente que possamos ter imagens nítidas e robustas de nossa sala de estar, e que estas imagens não nos permitam, na ausência da luz, interagir adequadamente com esse ambiente. Neste texto, em homenagem a um outro velho amigo, vamos apresentar algumas idéias sobre ...