RESUMO -Racional -O anestésico halotano pode ser metabolizado redutivamente a intermediários reativos que podem iniciar a lipoperoxidação acompanhada de injúria hepática. O tratamento prévio com hipóxia e fenobarbital em ratos aumenta o metabolismo do halotano e o estresse oxidativo e causa mudanças nas enzimas antioxidantes no fígado com dano hepático.
INTRODUÇÃOMuitos pesquisadores têm dedicado esforços para elucidar os mecanismos subjacentes à lesão hepática provocada pelo anestésico halotano. Demonstrou-se a formação de espécies reativas de oxigênio in vivo após a exposição ao halotano pela espectroscopia paramagnética eletrônica (9) ou pela quantificação de fluorino sub 2-isoprostanos (1) . No entanto, a formação de radicais derivados de lipídios tem sido controversa (10) ou não observada (18) . Vários estudos têm indicado que a hipóxia aumenta a ligação de metabólitos do halotano a componentes da fração microssomal hepática (16) .Em um estudo, ratos com indução enzimática prévia, foram expostos por 2 horas, a concentrações de O 2 de 14% e halotano 1%, resultando com necrose centro-lobular em 24 h (fenobarbital 1 mg/mL na água de beber), por 10 dias antes do evento (14) . Esses resultados suportam a hipótese de que o halotano é metabolizado até intermediários hepatotóxicos em um modelo associado ao citocromo p-450 redutivo ou não-dependente de O 2 . LIND et al. (11) demonstraram que o grau de hepatotoxicidade máxima determinada por alterações morfológicas e atividade de ALT correlaciona-se com a concentração de halotano e de citocromo P-450 hepático.Existem vários modelos animais que reproduzem lesão oxidativa hepática, a maioria possui alta mortalidade e tempo gasto para seu êxito em relação ao modelo com halotano. Dentre os agentes etiológicos utilizados destacam-se o álcool, o tetracloreto de carbono e a ligadura de canal biliar (5,13,19) .O objetivo do presente trabalho foi confirmar se o halotano causa peroxidação lipídica e alteração nas enzimas antioxidantes in vivo em curto período de tempo e pode, portanto, ser utilizado como modelo experimental de lesão oxidativa hepática. Determinaram-se os efeitos do fenobarbital, da hipóxia e do halotano separadamente nesse processo. Finalmente, determinou-se se a peroxidação lipídica é acompanhada de injúria hepática (alterações estruturais e de aminotransferases hepáticas).
MÉTODOSForam utilizados ratos machos, Wistar, com peso entre 250 e 350 g, provenientes do Biotério do Instituto