anos de idade, picado por cascavel no tornozelo direito quando caminhava em área de campo. Após o envenenamento, relatou parestesia sem dor local. Em seguida, apresentou sensação de peso na cabeça, dificuldade de abrir as pálpebras, disartria, visão turva e diplopia. Deu entrada no Hospital Municipal de Muaná, 9 h após a picada, com os sinais e sintomas referidos, acrescidos de náuseas, tontura, dificuldade de deambular e mialgia. Devido à ausência do antiveneno específico no hospital do município, o paciente foi encaminhado para o Pronto Socorro Municipal em Belém do Pará, onde chegou após 18 h do acidente, apresentando fácies neurotóxica, midríase, colúria e oligúria. O caso foi classificado como envenenamento grave e aplicado o antiveneno específico. Após quatro dias, o paciente foi transferido para o Hospital Universitário João de Barros Barreto, com evidência de neurotoxicidade, onde foram realizadas medidas de suporte clínico e exames laboratoriais. Foram observadas alterações no hemograma, no coagulograma, nos níveis de ureia, creatinina, transaminases e creatinofosfoquinase, evidenciando rabdomiólise. Apesar do tratamento soroterápico e de suporte clínico terem sido realizados tardiamente, houve evolução para a cura clínica. CONCLUSÃO: Ressalta-se a importância da soroterapia precoce e a raridade do envenenamento por essa subespécie, cujas características clínicas são as mesmas dos demais acidentes crotálicos relatados no Brasil.