Essa dissertação busca investigar como aprendizagens e tensões do contemporâneo emergem, publicamente, a partir da midiatização da experiência de convivência com o Alzheimer presente no canal do YouTube “Francisquinha Alves - O Bom do Alzheimer. De modo especifico, visa: 1) problematizar os processos de midiatização e as aprendizagens emergentes em meio ao canal; 2) compreender estes processos de aprendizagem pelo ponto de vista da experiência estética e da experimentação prática no mundo; e 3) investigar as mudanças discursivas no canal após o lançamento do curso Método LoveCare e seus diálogos com as lógicas de um projeto de modernidade. A fim de alcançar os objetivos propostos, lança mão de uma proposta indiciária dos afetos, a partir das contribuições de Braga (2008) sobre o paradigma indiciário de Ginzburg (2019) e da virada dos afetos, conforme propõe Moriceau (2019). O primeiro capítulo mobiliza as noções teóricas de Braga (2012, 2017, 2017b), Braga e Calazans (2001) e Ferrés e Piscitelli (2015), para as discussões a respeito das construções de aprendizagens a partir do desenvolvimento de habilidades da competência midiática, provenientes das experiências produzidas pelo canal. São elencadas quatro fases que evidenciam os gestos de midiatização advindos de tais competências e aprendizados, que são retomadas durante toda dissertação. O segundo capítulo argumenta que o canal é construído a partir de processos de afetação e, em decorrência disso, desperta outras afetações em seu público. Para isso, são acionadas as perspectivas de autores como Bondía (2002), Dewey (1980), Magalhães (2009), Ingold (2000, 2010, 2012), Certeau (1998) e Lacerda (2017). O terceiro capítulo aborda as mudanças que atravessam as lógicas discursivas presentes no canal a partir do lançamento do Método LoveCare, a partir da percepção dos impactos que a instauração um projeto de modernidade possui na contemporaneidade, especialmente em contextos organizacionais, bem como das resistências possíveis a tais movimentos. Para isso, são acionados autores como Taylor (2011), Souza (2012), Bessa (2015), Rodrigues e Rangel (2017), Mafra e Marques (2019) e Pelbart (2008). Palavras-chave: Alzheimer. Midiatização. Aprendizagens. Comunicação. Experiência pública.