Transplante dentário autógeno: revisão de literatura e relato de caso clínico

Abstract

Objetivo: o transplante dentário é uma técnica cirúrgica que consiste na movimentação cirúrgica de um dente, podendo ser vital ou tratado endodonticamente, o qual é submetido a uma avulsão do seu local de origem e implantado em outro alvéolo. Relato de caso: paciente do sexo masculino, 18 anos, normossistêmico, buscou atendimento no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) apresentando cárie no dente 26. O plano de tratamento consistiu em realizar um autotransplante do dente 28 para o alvéolo do dente 26. Após 8 meses do transplante, o dente apresentava em boas condições periodontais avaliadas clinicamente e em exame radiográfico. Considerações finais: o transplante dentário autógeno pode ser uma opção viável para a substituição de molares ausentes ou com cáries extensas, como mostrado no presente caso clínico.

Transplante autógeno em dentes posteriores: Revisão Integrativa

“…O comprimento radicular ideal é de 2/3 a 3/4 da raiz formada, com forame apical aberto, para que haja revascularização sem tratamento endodôntico (Atala-acevedo et al, 2017;Warmeling et al, 2019;Da Silva Fonseca et al 2019). A área receptora deve ter boa estrutura óssea para dar estabilidade e ser livre de quaisquer infecções ou inflamações (Warmeling et al, 2019). No entanto, embora a preferência seja por dentes com forame apical aberto, da Silva Fonseca et al, (2019) afirma que há relatos de sucesso da técnica realizada no implante de dentes com rizogênese completa.…”

“…Em casos com formação inferior a 2/3 pode ser traumática, atrapalhar a maturação e consequente desenvolvimento radicular (Kumar et al, 2012). Segundo Warmeling et al, (2019), um dos parâmetros é o suporte ósseo em todas dimensões da área receptora, ausência de infeção aguda, inflamação crônica e presença de tecido queratinizado harmônico para consolidação do dente transplantado.…”

Autotransplante dentário: revisão da literature / Dental autotransplantation: literature review

“…De acordo com Warmeling et al (2019) a perda dentária por extensas lesões é a indicação mais comum para realização do transplante dentário autógeno, especialmente, os primeiros molares inferiores que por vezes se deterioram gravemente devido à erupção em tenra idade. Há ainda outras condições que são levadas em consideração para realização do autotransplante dentário como: agenesia dentária, dentes anquilosados ou malformados, perda dentária traumática, condições iatrogênicas que indicam a exodontia de um elemento dentário, erupção ectópica de caninos, reabsorção radicular, falha no tratamento endodôntico, fraturas radiculares cervicais e periodontite juvenil (KUMAR et al, 2020;WARMELING et al 2019;ZUFÍA et al, 2017).…”

“…Complementando os supracitados autores, Warmeling et al (2019) destacam que o autotransplante fornece a vantagem de evitar desgastes de dentes para próteses fixas, oportuniza a movimentação com aparelhos ortodônticos, mantém a estrutura óssea alveolar, e ajuda na recuperação do espaço do elemento dentário perdido. Contudo, é um procedimento contraindicado nos seguintes casos (Tabela 2): Sendo assim, as complicações mais frequentes relacionadas no autotransplante dentário incluem reabsorção radicular inflamatória, periodontite apical, anquilose radicular de reposição, necrose pulpar, falha na cicatrização periodontal e redução do comprimento final da raiz (KUMAR et al, 2020;MUHAMAD et al, 2017;ZUFÍA et al, 2017).…”

“…Além disso, por meio da técnica imediata há mais chances de manter viáveis as células do ligamento periodontal (LPD). ParaWarmeling et al (2019) nessa técnica é levado em consideração o tempo extra-alveolar, um fator se suma relevância por causa das fibras do LPD. Segundo Muhamad et al (2017), geneticamente, as células LPD podem se diferenciar em fibroblastos, cementoblastos e osteoblastos, sendo assim, em uma situação ideal, espera-se que as células de LPD a superfície da raiz se diferencie em cementoblastos e induzam a formação de dentina, enquanto as células LPD na superfície da parede do ósseo alveolar espera-se que se diferenciem em osteoblastos para induzir a neoformação óssea.…”