OBJETIVO: verificar a relação entre a etiologia da respiração oral e os diferentes tipos de alteração de audição. MÉTODOS: coletaram-se 97 prontuários no Centro do Respirador Bucal da UNIFESP. As etiologias foram classificadas em: Hipertrofia de Adenoamígdala, Atopia, Atopia com Hipertrofia e Funcional. Os 97 pacientes realizaram exames audiométricos e foram considerados alterados aqueles que os limiares tonais (nas freqüências de 250 a 8 kHz) e ósseos (de 500 a 4 kHz) foram superiores a 20 dBNA com Gap aéreo-ósseo maior que 10 dB e com curva timpanométrica desviada apartir de -100dapa. De acordo com o grau de comprometimento, os tipos de perda foram classificadas como leve ou moderada. Na timpanometria, a curva A representou a normalidade; a curva B, Otite média e a C, os casos de disfunção tubária. RESULTADOS: limiares compatíveis à audição normal foram encontrados em 79,5% dos pacientes atópicos; 61,8% dos atópicos com hipertrofia; 57,7% dos com hipertrofia e em 100% dos respiradores orais funcionais. Através da correlação entre as etiologias e achados imitanciométricos verificou-se que em indivíduos atópicos prevaleceu a curva tipo C (29,5 %). Em pacientes atópicos tinham hipertrofia a curva mais encontrada foi a B (32,4%) e nos indivíduos com hipertrofia, somente, observou-se tanto curva tipo B como C, com idêntica prevalência de 21,8%. Todos os respiradores orais funcionais apresentaram curva timpanométrica tipo A. CONCLUSÃO: pôde-se verificar que a freqüência de respiradores orais sem alteração de audição é expressiva, independente da etiologia, porém os pacientes com hipertrofia apresentam maior suscetibilidade á alterações timpanométricas.