RESUMOObjetivo: Revisão dos resultados do tratamento de 46 crianças, 47 quadris, com artrite séptica do quadril e a investigação da relação entre os fatores prognósticos e os resultados clínicos obtidos. Métodos: Foram classificados, do ponto de vista clínico e radiográfico, de acordo com as classificações de Hunka e a de Choi, e distribuídos em grupos para estudo estatístico. O grupo 1 foi formado por pacientes classificados como tipo IA, e o grupo 2 pelos pacientes tipos IB ao IVB. A doença acometeu 30 meninos, sendo o lado direito comprometido em 26 crianças e uma delas com acometimento bilateral. A média de idade na apresentação foi de 50 meses, sendo maior no grupo 1 (p = 0,023). A cultura do líquido sinovial foi positiva em 23 pacientes e, dentre elas, em 18 cresceram Staphylococcus aureus. O tempo de sintomas até o tratamento cirúrgico teve média de 3,5 dias, sendo a espera no grupo 1 menor (p = 0,03). Resultados: Quarenta e seis pacientes, 47 quadris, que compareceram ao Ambulatório da Ortopedia do HIJG, e responderam ao protocolo, submetidos a exame físico e radiografias da bacia, além da revisão de dados do prontuá-rio. O resultado do tratamento foi satisfatório na grande maioria dos casos. Conclusão: Pacientes jovens, que, na apresentação, não claudicavam, com cultura do líquido sinovial positiva para Staphylococcus aureus e demora na instituição do tratamento cirúrgico constituíram fatores de pior prognóstico nos resultados. (2,3) . De acordo com a literatura americana, a incidência de AS em crianças varia de, aproximadamente, 5,5 a 12 casos por 100.000 indivíduos (1) , sendo o quadril a articulação mais acometida, seguida pelo joelho, ombro e cotovelo (1,3) . Pode ocorrer em pacientes de qualquer idade, sendo mais frequente em crianças na faixa etária compreendida até a metade da primeira década de vida (1,3) .
Descritores -A artrite séptica do quadril difere da artrite em outras articulações periféricas pelo potencial de complicações Rev Bras Ortop. 2011;46(Suppl 4):14-20