A tuberculose marcou forte presença no Brasil, ao longo de todo o século XX. No presente estudo, são passados em revista ícones canônicos, signos e significados associados à moléstia, na qualidade de recursos de aproximação às representações sociais da doença. Os dispensários organizados para prover educação sanitária e assistência médica e social aos doentes; os sanatórios, dedicados ao isolamento nosocomial e tratamento prolongado; o hábito de escarrar e as escarradeiras, insólitos para os padrões atuais, cuja difusão acreditou-se auxiliar no combate à enfermidade; a abreugrafia, no rastreamento de novos casos. Esses são alguns dos elementos recuperados com o intuito de coligir informações em apoio à perspectiva de se recuperar a história da tuberculose do ponto de vista daqueles que temeram o contágio, que atentaram para os rigores de sua prevenção, que sofreram os danos biológicos causados pela doença, que conviveram com suas metáforas. A título de conclusão, esboça-se o perfil epidemiológico de um século de tuberculose no Brasil, apontando para as mutações reconhecidas na inserção da doença no imaginário social.