O turismo representa um fenômeno contemporâneo complexo, associado a dimensões econômicas, sociais, ambientais, éticas, políticas e simbólicas e, para a sua interpretação, se pressupõe uma leitura teórica multidimensional e, por consequência interdisciplinar, mediada por uma perspectiva política crítica. Mas apesar disso, as políticas públicas de turismo são predominantemente desenvolvidas pela lógica de mercado ou por um viés econômico e dissociadas das demais políticas setoriais, o que tende a mascarar algumas questões essenciais em planejamento turístico. Com base nesses antecedentes, o presente artigo tem como objetivo mapear, preliminarmente, as tendências globais, em termos de políticas públicas dirigidas à conservação da biodiversidade, em sua articulação com o turismo, com ênfase nas áreas protegidas. A pesquisa qualitativa foi orientada por levantamento e análise bibliográfica e documental, considerando o período de 1992 - pactuação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) - e 2019, marco de inflexão do início da Pandemia da Covid 19. Pela análise realizada é possível afirmar que são evidentes os esforços, no plano global, desde a CDB, para a articulação entre as políticas públicas de conservação da biodiversidade e turismo. No entanto, esse movimento é ainda incipiente diante dos riscos crescentes à biodiversidade e da urgência para a retomada do turismo, em bases sustentáveis, no contexto pós Pandemia da Covid 19.