Uma base comum na escola: análise do projeto educativo da Base Nacional Comum Curricular

Abstract

Resumo O objetivo deste artigo foi analisar o projeto educativo proposto como fundamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Realizamos uma pesquisa qualitativa e documental da versão final da BNCC, de abril de 2017, homologada em 20 de dezembro de 2017 pelo Conselho Nacional de Educação. Identificamos que a BNCC se fundamenta num projeto educativo de formação para a empregabilidade, com a centralidade das competências, a partir de um modelo de Ensino direcionado, prescritivo e vinculado a um modelo de avaliação eficientista, inspirado nas teorias comportamentais, e concluímos que as proposições da BNCC se distanciam de um projeto educativo que vise a uma formação crítica e emancipatória, ao formar para o trabalho segundo as demandas neoliberais.

A formação inicial e continuada de professores de ciências e de biologia e a BNCC

“…Além disso, os PCN (Brasil, 1997), de 1997, já contemplavam a garantia de uma base comum, porém não imposta como diretriz obrigatória. Esse é mais um ponto controverso e alvo de críticas, pois, enquanto os PCN representaram um avanço em relação aos tradicionais guias curriculares -ao romperem com a ideia de conteúdos dispostos de forma sequencial e permitirem maior autonomia aos professores ao indicar apenas os objetivos mais gerais -, na BNCC há um esvaziamento significativo de conteúdos e, ao mesmo tempo, objetivos dispostos de forma detalhada e por ano, "numa perspectiva de controle rígido sobre o que o professor ensina na sala de aula" (Filipe;Costa, 2021, p. 793). Para Albino e Silva (2019), o texto limita a participação dos sujeitos escolares na construção do currículo, uma vez que é apresentado de forma esvaziada e detalhada e deve ser considerado de forma obrigatória.…”

O Consed na construção da BNCC: uma experiência pública (com)partilhada?

“…Trata-se de um retrocesso, tendo em vista que os PCN surgiram como uma superação dos guias curriculares impostos durante a ditadura militar e das propostas curriculares, ao romper com a ideia de conteúdos dispostos, de forma a propor uma seleção e uma sequência, proporcionando aos professores maior autonomia, indicando-lhes objetivos mais gerais. (FILIPE;SILVA;COSTA, 2021, p. 792-793).…”

Contextualization in the area of Mathematics and Its technologies of the National Base of Common Curriculum (BNCC): possibilities through Decolonial Pedagogies

“…The BNCC and the policies related to the document imply significant changes in the school, such as: curriculum narrowing; designing a curriculum to shape worker qualification; strengthening inequalities through assessments; threat to the teacher's autonomy (control of his/her work, seen as a mere performer of tasks); teacher education according to the hegemonic "logic"; opening for privatization (production of teaching material by private companies); accountability (FELIPE;SILVA and COSTA, 2021, p. 299).…”