“Una impronta di italianitá”: os livros didáticos para as escolas étnicas italianas no Brasil entre o liberalismo e o fascismo

Abstract

Este artigo pretende investigar o processo histórico das políticas de produção dos livros escolares adotadas pela classe dirigente italiana para as escolas no exterior a fim de oferecer uma contribuição para o entendimento das dinâmicas e complexas ações que têm caracterizado e acompanhado o desenvolvimento da escolarização e dos processos culturais e formativos, sobretudo identitários, dos colonos italianos no Brasil, entre a segunda metade do século XIX e a fim dos anos 30, do século XX. Os livros didáticos foram, desde o começo da experiência da unificação italiana, um instrumento fundamental para as classes dirigentes italianas que tinham por finalidade modernizar e, sobretudo, homogeneizar e uniformizar o ensino nas escolas em sentido nacional. No curso das décadas seguintes, a produção e a circulação dos livros didáticos aumentaram significativamente também em relação ao desenvolvimento das publicações escolares. A questão assumiu uma grande importância também quando os governos italianos promoveram uma nova política de expansão colonial e de emigração de massa para o exterior. Após a aprovação da lei com a qual o governo Crispi, no ano 1889, instituiu o sistema das escolas italianas coloniais e subsidiadas, se colocou o problema de quais livros didáticos introduzir nos países que recebiam emigrantes italianos e quais características os mesmos deveriam ter. O artigo enfatiza o processo de continuidade e descontinuidade das políticas e da produção de libros didáticos introduzidos nas escolas italianas no exterior e no Brasil, em específico até a ascensão do fascismo para fomentar diferentes ideias de italianidade.

História da educação dos imigrantes italianos e alemães: perspectivas transnacionais

“…Inúmeras produções foram efetivadas a partir dessas aproximações internacionais de pesquisa, tais como dossiês em periódicos, livros e capítulos, assim como congressos e eventos. Outros pesquisadores também fizeram, embora ainda de forma inicial, o uso dessa categoria ao abordar a trajetória transnacional de um professor italiano nas escolas italianas do exterior (Castro, Barausse, 2019).…”

Escolarização Étnica Italiana E Cultura Escolar Em São Paulo: As Iniciativas De Gaetano Nesi E Gemma Manetti Pela Infância Escolar Italiana Entre O Final Do Século Xix E O Início Do Século Xx

“…Nesse sentido, entre 1895 e 1897, eles se dedicaram a escrever silabários e a ler livros para as várias classes elementares. Como destacado em outras contribuições, a distribuição de livros didáticos no exterior também foi regulamentada pelo Ministero degli Affari Esteri (Ministério das Relações Exteriores) (BARAUSSE, 2019).…”

A questão migratória na pesquisa educacional brasileira (2000-2020): o caso paulista

“…Daí o caráter itinerante desse material empírico. Aqui aparecem pesquisas voltadas ao ensino de italianos(BARAUSSE, 2019;LUCHESE, 2017;CORREA, 2001) no Brasil e, também, de japoneses(OKAMOTO, 2018).Ainda sobre os artigos que tematizam a imigração no Brasil como um todo, podemos destacar os estudos que investigam a relação entre dois ou mais países ou entender um aspecto específico de uma nação em sua dialogicidade com outras. Para além do artigo aqui já referido número de artigos que estudam questões ligadas a essa região superam a soma de todas as demais.…”