“…Como estudos recentes têm discutido (BLOMMAERT, , 2012a(BLOMMAERT, , 2012bRAMPTON, 2011;BUSCH, 2012;EXTRA, SPOTTI e VAN AVERMAET, 2009;JACQUEMET, 2005JACQUEMET, , 2011JACQUEMET, , 2013MOITA LOPES, 2013;VERTOVEC, 2007;WANG et al, 2014), a diversidade na sociedade contemporânea é afetada marcadamente pela interação entre duas forças de mudança: "novas e mais complexas formas de migração e novas e mais complexas formas de comunicação e circulação do conhecimento" 1 (BLOMMAERT, 2013, p. 5 transnacionais) e práticas linguísticas locais, cujas consequências se refletem diretamente na regulação hierárquica de identidades "desejáveis" e "indesejáveis" para os Estados nacionais, definindo quem pode falar e em que língua deve falar dentro do território nacional. Uma parte significativa de pesquisas argumenta que as ideologias linguísticas são fundamentais para a construção do Estado-nação como uma comunidade imaginada (BHATT, 2010;BOKHORST-HENG, 1999;COLLINS, 1999;DIGIACOMO, 1999;PRATT, 1987), e que os próprios críticos dos nacionalismos, como Anderson (2008), construíram cenários monolíngues imaginados como "realidades" em suas argumentações (IRVINE;GAL, 2000;KROSKRITY, 2000;MIGNOLO, 2003;PHILIPS, 2000;PRATT, 1987;SILVERSTEIN, 2000). Em complemento, estudos discutem como esse mesmo Estado se constrói como a voz legítima e hegemônica nas decisões sobre as permissões, proibições, promoções e exigências de práticas linguísticas em fluxos migratórios CODÓ, 2008;CODÓ, 2013;DALMAU, 2013;DICK, 2011;JACQUEMET, 2011;SAXENA, 2001;MOORE, 2001;ROJO, 2013).…”