Este estudo versa sobre a utilização dos conhecimentos tradicionais para o cuidado com a saúde em comunidades do interior da Amazônia, especificamente na comunidade de Arapixuna, no município de Santarém, Estado do Pará, Brasil. Objetivou-se investigar as práticas medicinais tradicionais de cuidados com a saúde que moradores da localidade. Foram avaliados 154 prontuários de usuários da Estratégia Saúde da Família, do período de 2018 a 2021, para verificar as principais doenças ocorridas na região e a existência ou não do registro do tratamento dessas, com o saber tradicional. Em seguida, foram avaliadas 100 fichas de cadastro individual da Unidade de Saúde e, a partir destas foram selecionados para a entrevista 21 participantes. Observou-se no perfil sociodemográfico, equivalência entre os sexos feminino e masculino, faixa etária entre 54-65 anos, ensino médio completo, profissão de lavrador, renda familiar de 1 salário mínimo e religião católica. O perfil dos entrevistados mostrou que a maioria eram mulheres na faixa etária de 31 a 40 anos. São utilizados pela população tanto os recursos populares, como chás, os banhos, os xaropes, a banha de animal e massagens, quanto os medicamentos alopáticos disponíveis na Unidade de Saúde, no entanto, o saber tradicional é o primeiro recurso utilizado. O principal problema de saúde relatado pelos participantes do estudo foi a síndrome gripal por Covid-19. Espera-se, que esta pesquisa possa contribuir com novos estudos sobre o assunto, fomentando diálogos e reflexões sobre o cuidado e suas práticas populares, repassado entre gerações nas comunidades ribeirinhas do interior da Amazônia.