RESUMOO conhecimento da carga de trabalho da equipe de enfermagem em unidades de terapia intensiva (UTIs) e dos fatores associados é imprescindível à gestão efetiva dessa equipe. Este estudo teve como objetivo identificar a carga de trabalho da equipe de enfermagem de uma UTI-A e verificar quais são as variáveis demográficas e clínicas que a influenciam. Trata-se de uma investigação prospectiva, realizada entre novembro de 2007 e maio de 2008, com 100 pacientes. Os dados foram coletados mediante a observação dos pacientes, dos seus prontuários e de esclarecimentos fornecidos pela equipe. A carga de trabalho de enfermagem foi classificada em Baixa (≤107%) e Alta (>107%), de acordo com a mediana do Nursing Activities Score (NAS). Para verificar a associação com as variáveis, utilizou-se o teste Qui-quadrado. Constatou-se que a carga de trabalho da enfermagem da UTI para adultos foi de 104%, valor muito próximo da alta carga e que somente o tratamento cirúrgico influenciou diretamente essa variável. Conclui-se que no serviço investigado é preciso repensar a dinâmica da admissão de pacientes cirúrgicos. Devido a uma variedade de razões, a equipe de enfermagem em UTI difere de outros setores de internação porque, em geral, os enfermeiros devem ter conhecimento especializado e habilidades adicionais àquelas adquiridas em sua formação. Apesar de lhes serem atribuídos cuidados de um número menor de pacientes, há necessidade de maior acuidade, monitoração contínua e medição frequente de parâmetros clínicos e laboratoriais, além de outros aspectos pertinentes à assistência ao paciente grave (1) . A incorporação de conhecimentos e novos aparatos tecnológicos em UTI tem influenciado o aumento do grau de complexidade assistencial e o nível de atenção requerido para o cuidado (2) . Desse modo, durante as últimas décadas as relações entre o pessoal de enfermagem e os resultados assistenciais em UTI têm sido estudados e têm demonstrado a necessidade de garantir a presença de profissionais de enfermagem qualificados e adequadamente quantificados, com vistas a maior qualidade e segurança do cuidado (1) . Atualmente, a adequação quantiqualitativa da equipe de enfermagem é regulamentada pela Resolução COFEN N o . 293/2004 e se baseia nas características da instituição, do serviço de enfermagem e da clientela atendida. Desse modo, o referencial mínimo para o dimensionamento do quadro necessário de profissionais de enfermagem para as 24 horas de cada unidade de internação, nele se incluindo todos os elementos que compõem a equipe, considera o Sistema de Classificação de Pacientes (SCP), as horas de assistência de enfermagem, os turnos e a proporção funcionário/leito (3) .