INTRODUÇÃOA primeira definição de burnout foi proposta por Freudenberger (1974, citado por Freudenberger & Richelson, 1985, para quem este é um estado de fadiga ou frustração provocado pela devoção a uma causa, modo de vida ou relação que não produziu as recompensas desejadas. A este sentimento central de fadiga ou exaustão podem associar-se outros sintomas: sentimento de conflito entre um self verdadeiro e um self de fachada, cinismo, irritabilidade e impaciência, distanciação emocional, aborrecimento, sentimentos de omnipotência, de não ser apreciado, vivências paranóides, depressão e múltiplas queixas psicossomáticas. O desajustamento entre expectativas e realidade, quando a pessoa mantém os seus esforços para alcançar essas expectativas, cria um conflito interno que desgasta as energias e reduz a vitalidade e a capacidade de funcionar Maslach (1993Maslach ( , 1998 propôs aquela que é hoje a mais comummente aceite definição de burnout, uma resposta prolongada a stressores interpessoais crónicos no trabalho, composta por três dimensões-chave: exaustão emocional, definida como uma sobre-solicitação ou esgotamento dos recursos emocionais da pessoa; despersonalização, entendida como uma distanciação afectiva, indiferença emocional ou insensibilidade para com os outros, nomeadamente aqueles que são muitas vezes a razão de ser da actividade profissional (pacientes, clientes, colegas, etc.); e redução da realização pessoal, vista como a diminuição dos sentimentos de competência e de prazer associados ao desempenho de uma actividade profissional. O burnout resultaria de um desajustamento entre necessidades individuais e exigências profissionais em seis áreas distintas (Maslach, 1998;Maslach & Leiter, 1997): excesso de trabalho, falta de controlo sobre os factores que influenciam o desempenho profissional individual, recompensas insuficientes, quebra da comunidade, falta de justiça, conflitos de valores.Do ponto de vista organizacional têm sido identificados inúmeros factores de risco para o burnout, cobrindo praticamente todo o tipo de aspectos negativos do ambiente de trabalho ou da cultura organizacional (Demerouti, Bakker,