O intenso processo de urbanização tem gerado diversos impactos negativos nas cidades, acarretando em prejuízos para a população que reside nesses locais. Uma das formas de alcançar a mitigação de alguns desses impactos é através da presença de vegetação nas áreas urbanas, que promovem uma série de benefícios. Toda a vegetação presente na cidade, compreendendo as praças, fragmentos remanescentes de mata nativa, bosques, jardins, arborização de ruas, dentre outros, formam a floresta urbana. Dessa forma, é necessário que haja planejamento e adequação dos ambientes urbanos para potencialização dos benefícios advindos da presença de vegetação. Com isso, o objetivo desse estudo foi realizar um diagnóstico quali-quantitativo da arborização de ruas da cidade de Viçosa-MG, para subsidiar o planejamento e gestão da floresta urbana. Para isto, foi realizado um inventario florestal urbano do tipo censo, entre outubro/2020 e julho/2021, onde parâmetros quali-quantitativos foram obtidos em campo para caracterizar a estrutura física das ruas e dos indivíduos que compõe a arborização. Com os dados obtidos, foi determinada a composição e distribuição florística, a caracterização dendrométrica das espécies, a qualidade da arborização e a relação com o meio físico da cidade como um todo e das suas regiões e a relação entre a distribuição da arborização viária com os fatores socioeconômicos de cada região. Foram mensurados 2381 indivíduos nas ruas da cidade, distribuídos em 78 espécies, predominantemente nativas do Brasil. A maioria dos indivíduos foram espécies de pequeno a médio porte (cerca de 87%), com boas condições de copa (78%), tronco (86%) e raiz (60%), sem problemas fitossanitários (92%) e que não necessitavam de práticas de manejo (81%). Em média, 19% das árvores ofereceram obstáculo à passagem de pedestres e 38% não possuem área livre de canteiro disponível. A análise fitossociológica indicou que as espécies com maior valor de importância para a arborização viária da cidade foram Pleroma granulosum, seguida por Moquilea tomentosa e Cenostigma pluviosum. De acordo com o cálculo dos índices espaciais, Viçosa tem baixo grau de arborização, com média de 21,5 árvores por quilômetro de calçada, sendo necessário plantar mais de 17 mil árvores para atingir o número ideal. Porém, por meio da caracterização do meio físico, foi constatado que isso não é simples, devido a cidade apresentar ruas e calçadas estreitas, com média de 9,8m e 1,5m, respectivamente. Foi observado que regiões menos populosas e com maior renda tendem a apresentar mais árvores na cidade de Viçosa. Por fim, foi possível concluir que a arborização viária da cidade de Viçosa tem boa qualidade, mas necessita de incremento quantitativo e melhor distribuição espacial. Porém, para que isso ocorra, é necessário a adequação da infraestrutura urbana, de modo a priorizar a existência de árvores nas ruas, impulsionando o fornecimento de benefícios diretos à população de toda a cidade. Palavras-chave: Floresta urbana. Arborização viária. Análise fitossociológica. Inventário florestal. Censo florestal.