A doença renal crônica (DRC) configura-se como um problema de saúde pública devido a prevalência e morbimortalidade crescentes. As múltiplas comorbidades associadas a DRC exigem um manejo adequado dos medicamentos mitigando riscos e problemas farmacoterapêuticos. Assim, esse estudo teve como objetivo descrever o perfil farmacoterapêutico e clínico de pacientes renais crônicos hemodialíticos e caracterizar seu modo de utilização de medicamentos: prescritos e por automedicação. Trata-se de um estudo transversal realizado em um centro de hemodiálise no Estado da Bahia, através da aplicação de um formulário, sendo os pacientes selecionados em março de 2015. Dentre os participantes, predominaram os do sexo masculino (64,1%), com média de idade 50,5±14,9 anos. Entre os participantes 83,5% declararam renda familiar mensal de até 2 salários mínimos, 20% nunca estudaram, 48,2% estavam em diálise por períodos compreendidos entre 1 e 5 anos e 92,9% não possuíam plano de saúde. Hipertensão Arterial Sistêmica foi a causa mais frequente da perda da função renal (57,8%). O número médio de medicamentos prescritos foi de 8,11±3,56, e por automedicação 2,04±1,40, sendo que 39,4% dos participantes declararam ter se automedicado em algum momento da vida. O medicamento mais frequentemente prescrito foi a eritropoetina (10,6%) e o mais frequente dentre os classificados como de automedicação o calcitriol (9,6%), influenciado por falha na comunicação entre o prescritor e paciente. Os dados apresentados servem de subsídio para um aprimoramento da assistência ao paciente com DRC, principalmente em relação ao uso racional de medicamentos.