Este artigo propõe a musealização de uma arqueologia que envolva as trabalhadoras sexuais, abarcando suas materialidades e narrativas no espaço dos museus e que considere suas demandas contemporâneas. Partindo dessa perspectiva, reivindicamos um fazer arqueológico engajado com o ativismo político do putafeminismo, movimento este travado por trabalhadoras sexuais, que tem como objetivo lutar contra o estigma que cerca a profissão e pela garantia de direitos trabalhistas. Os museus são espaços que, tradicionalmente, privilegiam uma narrativa hegemônica branca, elitista, androcêntrica e cis[1]heteronormativa, o que acaba por suprimir as histórias de trabalhadoras sexuais. Nesse sentido, nos debruçaremos sobre a experiência de construção do módulo “A luta das trabalhadoras pelo direito de habitar a cidade de Pelotas”, de uma exposição que fez parte das comemorações do Dia do Patrimônio em Pelotas (RS) no ano de 2019.