Violência e vulnerabilidade no território do agente comunitário de saúde: implicações no enfrentamento da COVID-19

Abstract

Resumo Objetivou-se averiguar a relação da COVID-19 com variáveis de vulnerabilidade social em Fortaleza e verificar a influência da violência no trabalho do ACS e suas implicações no enfrentamento da COVID-19. Dados quantitativos primários (e.g., questionários com ACS) e secundários (e.g., IDH, homicídio, analfabetismo, cobertura do Programa Bolsa Família [PBF] e da Estratégia Saúde da Família [ESF]) foram utilizados. Observou-se relação da COVID-19 com indicadores de vulnerabilidade social, onde os casos têm relação negativa com IDH e analfabetismo; e os óbitos relação positiva com taxa de homicídios e cobertura do PBF. Regiões com altas taxas de óbito por COVID-19 e vulnerabilidade social possuem maior cobertura da ESF e menor realização de visita domiciliar pelo ACS. A atuação deste, no enfrentamento da pandemia, é limitada pela violência do território. A plena atuação do ACS, no enfrentamento da COVID-19, é dependente de políticas intersetoriais. Assim, a construção de uma política de enfrentamento da COVID-19, com participação do ACS, precisa levar em consideração, além de seu adequado treinamento na prevenção e detecção de COVID-19, ações intersetoriais para o enfrentamento e prevenção da violência no território.

Violence in the neighborhood and mental health of community health workers in a Brazilian metropolis

“…To do so, multiprofessional FHS teams are assigned to cover neighborhoods with a limited number of residents, approach and bond with families in the community, and coordinate integral and longitudinal care. Each team includes a physician (preferably a family or community health physician), nurses (preferably trained in family or community health), nursing technicians or assistants, oral health technicians or assistants, and community health workers (CHWs) 1,2,3 .…”

“…CHWs carry out many activities in the neighborhood, essentially as mediators between the community and the local health care facility, while working to improve access to health care and strengthening the bond between families and FHS teams. This is primarily done by home visits, with emphasis on user registration, collection of indicators on health and living conditions, identification of risk factors, health education and surveillance, guidance, and resolution of health problems 1,6 .…”

“…On the other hand, CHWs are exposed to many adverse factors in their work, which have been shown to compromise their mental health, sometimes to the point of requiring sick leave 10,11,12 . One such factor, localized violence, affects work routine 1,13 , which, in turn, can affect the CHW's mental health 12 . Regarding work-related mental health problems, particularly in the context of violence, common mental disorders (CMD) do not fully meet the criteria for establishing diagnoses of anxiety and/or depression, but cause psychological distress, whose symptoms are insomnia, fatigue, irritability, difficulty to concentrate, forgetfulness, and somatic complaints, among others.…”

COVID-19 X Violência: Qual a sua relação?

“…Estratégia de Saúde da Família (ESF), entretanto identificou-se que quase 70% dos agentes não se consideravam capacitados para assistir os casos de violência na população. A importância do papel do ACS Research, Society and Development, v. 10, n. 7, e15510616246, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16246também é identificada nas relações entre os números das visitas domiciliares e os óbitos por COVID-19, quanto maior a abrangência do trabalho dos agentes, menores são as taxas de mortes pelo coronavírus(Vieira-Meyer, Morais, Campelo & Guimarães, 2021) Os profissionais da saúde desempenham um papel importantíssimo nessas situações, e conformeOliveira et al (2018): …”

O Fundamento Da Periculosidade do Agente no Direito Penal: uma visão crítica das medidas de segurança aplicadas ao inimputável, do banco de dados de pedófilos em Portugal e do RDD no Brasil

“…Nota: Elaboração própria.Essa maioria também foi apresentada no estudo realizado porGarcia e Marziele (2021).Referente ao cargo que exerce na unidade, 56% (n=23) eram Agentes Comunitários de Saúde, A Saúde Mental de profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde frente à COVID-19: uma pesquisa qualitativa RPCS, Portugal-PT, V.2, Nº2, p. 01-23, Ago./Dez.2021 www.revistas.editoraenterprising.net Página 7 24% (n=10) Enfermeiras e 20% (n=8) Técnicas de Enfermagem, resultado semelhante ao estudode Previato e Baldissera (2018).A característica apresentada pelos participantes da unidade do Centro foi o fato de ser um território grande para uma única unidade, o que sobrecarrega a equipe, além do mais, a vulnerabilidade social do território é camuflada pelos edifícios e comércios.As características do território foram apresentadas como desafios para o enfrentamento da pandemia, principalmente em centros urbanos caracterizado pela grande desigualdade social.Há uma relação negativa entre casos de COVID-19 e vulnerabilidade social, na qual os casos são mais frequentes em regiões menos vulneráveis, e a mortalidade é maior em regiões mais vulneráveis socialmente(Vieira-Meyer et al, 2021).…”