“…Esse conceito associa a intenção à prática do ato violento. A violência é um fenômeno complexo e multifacetado, com diversas manifestações, tipos e formas, afetando cada pessoa de maneira única e influenciada por fatores psicossociais individuais que fazem parte do cotidiano de vida.Dentro do contexto da violência contra a mulher, que abrange ações causadoras de danos físicos, psicológicos ou sexuais, bem como seu sofrimento, a violência obstétrica refere-se a qualquer ação, ato ou omissão por parte de profissionais de saúde em instituições públicas ou privadas que, de forma direta ou indireta, envolva a intervenção inadequada nos processos corporais ou reprodutivos da mulher(SOUZA et al, 2019;TEMPESTA;FRANÇA, 2021) ParaHack (2020), a violência obstétrica é caracterizada pelo tratamento desumano, pela medicalização de processos naturais do corpo, pela restrição da autonomia da mulher em relação ao seu próprio corpo e sexualidade, prejudicando sua qualidade de vida: isso se manifesta na negligência da assistência, na discriminação social, em violência verbal (como tratamento rude, ameaças, comentários inapropriados e humilhação), na violência física, na não administração de analgesia quando necessária, no abuso sexual e na violência psicológica. Além disso, envolve o uso indevido de tecnologias e procedimentos desnecessários, mesmo quando as evidências científicas sugerem o contrário, resultando em uma sequência de intervenções com potenciais riscos e consequências adversas para a saúde da mulher e/ou do seu filho.Quando se trata da dinâmica de poder, abuso e submissão da mulher diante de profissionais de saúde, a violência obstétrica assume diversas formas.…”