A crise econômica pós-2008, acompanhada de grandes protestos sociais em toda parte, acendeu a luz vermelha nos países mais ricos quanto às oportunidades de trabalho e estudo dos jovens. Aumentou muito a proporção daqueles que não estudam nem trabalham, em especial na Espanha e na Grécia, mas o fenômeno é disseminado nos países mais ricos. O artigo mostra que, no Brasil, a condição "nem nem" é estrutural, e propõe um modelo analítico de explicação das transformações ocorridas entre 2000 e 2010. Sugere que as mudanças estruturais por que passou o país e as políticas públicas de redução de barreiras ao acesso à escola e ao mercado de trabalho reduziram o impacto das desigualdades regionais e aumentaram o peso da pobreza na explicação da condição "nem nem" dos jovens.
O artigo inquire a propalada crise do sindicalismo brasileiro na última década. Analisa algumas dimensões centrais do ordenamento sindical do país (número de sindicatos existentes, filiação a centrais sindicais, taxa de filiação sindical, volume de greves, negociação coletiva e outros), e mostra que, apesar da queda acentuada nas taxas de filiação, a ação sindical tem se mostrado eficiente na negociação coletiva. A imagem da crise está associada ao ambiente político mais geral, no qual o projeto político da parcela hegemônica do movimento (a CUT e aliados) e seus partidos (o PT e aliados) estão, hoje, sob fogo cerrado das forças que se lhes opõem.Palavras-chave: Sindicalismo. Crise econômica. Crise política. Negociação coletiva. Greves.
RESUMOApoiando-se em estudos historiográficos que a partir dos anos 1980 empreenderam uma ampla revisão da história social do trabalho no Brasil, o artigo apresenta algumas hipó-teses sociológicas sobre a permanência de traços estruturais do passado escravista no processo de construção da sociabilidade capitalista no país. Esse legado compreenderia uma percepção rebaixada do trabalho manual, uma imagem depreciativa do negro e mesmo do elemento nacional como trabalhadores, uma indiferença das elites quanto às maiorias pobres e uma hierarquia social extremamente rígida. Segundo o autor, esse quadro de inércia estrutural ditou os parâmetros gerais da reprodução do trabalho livre nos primórdios da ordem capitalista no Brasil.PALAVRAS-CHAVE: Brasil; história social do trabalho; escravidão; trabalho livre; capitalismo. SUMMARYBased on historiographical studies that since 1980' s have undertaken a broad review of the social history of labor in Brazil, the article presents some sociological hypotheses about the permanence of structural features of slavery past in the process of building of the capitalist sociality in the country. This legacy includes a depreciated perception of manual work, a derogatory image of black and even national people as workers, an indifference of the elites toward poor majorities, and an extremely rigid social hierarchy. According to the author, this framework of structural inertia provided the general parameters of free labor' s reproduction in the beginning of capitalist order in Brazil.KEYWORDS: Brazil;social history of labor;slavery;free labor;capitalism.Nas duas últimas décadas a história social do trabalho passou por profunda revisão no Brasil,resultado da rotinização da investigação empírica rigorosa em grupos de pesquisa estáveis em diversas instituições acadêmicas,que levou à descoberta de novas fontes, à exploração inovadora de antigos documentos, à proliferação de novas hipóteses e ao surgimento de categorias explicativas renovadas. Este ensaio sobre a inércia social brasileira se vale dessa nova historiografia para formular algumas hipóteses sociológicas sobre o padrão de incorporação dos trabalhadores nos primórdios da ordem capitalista no Brasil.Sugiro aqui que a escravidão deixou marcas muito profundas no imaginário e nas práticas sociais posteriores, operando como uma espécie de lastro do qual as gerações sucessivas tiveram grande dificul-ESCRAVIDÃO E SOCIABILIDADE CAPITALISTA
The article states that most of the policy recommendations made by international agencies adopt a sometimes naïve perspective about the nature of informality. It proposes an innovative approach that defines informality as a social form of work that is shaped when workers get on the move to obtain means of existence in environments where almost everything is informal (housing, urban infrastructure services, personal relationships etc.). After reviewing the main policies to combat informality adopted by Brazil in recent years, it argues that a significant portion of the "informal" will never formalize because it is rooted in the very urban experience of a significant proportion of the population, of which informality is a structuring element.
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