Objetivos: estimar a prevalência de incontinência urinária e de seus subtipos (incontinência urinária de esforço, bexiga hiperativa e incontinência mista), a prevalência do sintoma de noctúria, e avaliar o impacto dessas condições sobre a qualidade de vida na população de idosas atendida para vacinação numa Unidade Básica de Saúde de Niterói-RJ. Métodos: estudo observacional descritivo, com utilização das versões brasileiras do International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form e do King's Health Questionnaire, respectivamente, para triagem de mulheres com incontinência urinária e para avaliar o impacto da incontinência urinária e da noctúria sobre a qualidade de vida. Participaram do estudo 66 mulheres. Resultados: a média das idades foi de 69,6±7,2 anos. Com o International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form, a prevalência de incontinência urinária foi de 42,4%, sendo que 42,9% das idosas incontinentes referiram que a perda interferia nas suas atividades diárias. A prevalência de incontinência urinária de esforço, bexiga hiperativa e incontinência mista foi de 15,2%, 12,1% e 10,6%, respectivamente. Dentre as mulheres incontinentes, 20 aceitaram responder ao King's Health Questionnaire, tinham incontinência mista 11 delas (55%) e 16 apresentavam noctúria (80%). Houve comprometimento da qualidade de vida em todos os domínios. Conclusão: a prevalência de incontinência urinária foi elevada na população estudada. Com a utilização do questionário de triagem, a incontinência urinária de esforço foi o subtipo mais comum, ao passo que a utilização do questionário de avaliação de qualidade de vida mostrou prevalência mais elevada de incontinência mista. A frequência de noctúria foi estimada somente para as mulheres que responderam ao King's Health Questionnaire. Houve comprometimento da qualidade de vida em todos os domínios avaliados.
ResumoIntrodução: A prevalência das incontinências anal e urinária que são mais comuns em mulheres, aumenta com a idade. Tais disfunções podem ser encontradas isoladamente ou em associação (incontinência dupla) e podem provocar grande impacto na qualidade de vida. Objetivos: Avaliar a prevalência das incontinências anal e dupla e o impacto dessas condições sobre a qualidade de vida de mulheres idosas da comunidade. As variáveis foram estudadas de maneira descritiva, por meio do cálculo de frequências absolutas e relativas e, no caso da variável idade e dos escores de qualidade de vida, por meio do cálculo da média e desvio-padrão. Resultados: Participaram da pesquisa 66 mulheres, com média de idade de 69,6±7,2 anos. A prevalência de incontinência anal foi de 28,8% (n=19), e a prevalência de incontinência dupla foi de 18,1% (n=12). Pacientes com incontinência anal isolada e dupla apresentaram impacto negativo na qualidade de vida, conforme indicado pelos escores dos domínios avaliados. Conclusão: A prevalência de incontinência anal foi mais elevada do que a prevalência de incontinência fecal isolada ou de incontinência anal encontrada em outras populações. O mesmo foi observado em relação à prevalência de incontinência dupla. Houve impacto negativo de ambas as condições em todos os domínios de qualidade de vida avaliados. Descritores: Incontinência fecal; Incontinência urinária; Qualidade de vida; Saúde do idoso AbstractIntroduction: The prevalence of anal and urinary incontinence is more frequent in women, and it increases with age. Such dysfunctions may be found alone or in combination (double incontinence), and they may have a major impact on quality of life. Objectives: Evaluate the prevalence of anal and double incontinence, as well as the impact these conditions cause on the quality of life of elderly women residents in a community. Patients and Methods:We carried out an observational descriptive study involving women aged 60 and over who sought the Primary Health Care Unit for vaccination. For the urinary and anal incontinence screening, Brazilian versions of the International Consultation on Incontinence Questionnaire -Short Form and the Anal Incontinence Index were used. Women who presented scores different from zero in both questionnaires were diagnosed with double incontinence. The evaluation on the impact of anal incontinence on quality of life was done through the Brazilian version of Fecal Incontinence Quality of Life Questionnaire. We used descriptive statistics to calculate relative and absolute frequencies. Age and Quality of life domain scores were expressed using mean and standard deviation. Results: Sixty-six women were included in the study. Mean age was 69.6±7.2 years. The prevalence of Anal Incontinence was 28.8% (n=19) and the prevalence of double incontinence was 18.1% (n=12). Patients with isolated and double anal incontinence had a negative impact on quality of life, as indicated by the scores of the domains evaluated. Conclusions: The prevalence of anal incontinence was higher than the...
Introdução: A leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) é uma condição rara, majoritariamente benigna, caracterizada por implante de múltiplos nódulos de músculo liso, de variados tamanhos, de origem uterina, na superfície peritoneal e pélvica-abdominal. Relato de caso: Paciente com 46 anos, nuligesta, procurou o hospital terciário em 2019, com queixa de sangramento uterino anormal, em uso de desogestrel e história de miomectomia em 2005. Ao exame físico exibia abdômen globoso, com massa ocupando toda a pelve até o epigástrio, pouco móvel, lobulada à esquerda. Ao toque vaginal: útero aumentado de volume até o epigástrio, globoso, pouco móvel, abaulando fundo de saco anterior. A ultrassongrafia transvaginal em 2019 mostrou útero em anteversoflexão com 145x110x87 mm e imagens sugestivas de miomas. Ovários normais. O diagnóstico foi de miomatose uterina e foi indicada a realização de histerectomia total abdominal. O inventário da cavidade abdominal revelou, além do útero miomatoso, a presença de nódulos em peritônio com dimensões variando de 4 a 8 mm, sendo estabelecido o diagnóstico de LPD. Diante do grande número de lesões e de suas pequenas dimensões, com paciente assintomática, optou-se pelo tratamento conservador, com acompanhamento no ambulatório de ginecologia. A paciente apresentou boa evolução pós-operatória. Conclusão: A LPD acomete, na maioria das vezes, mulheres em idade reprodutiva e com alguns fatores de risco, tais como uso de terapia hormonal (estrogênio e progesterona) e história prévia de procedimentos cirúrgicos abdominais como miomectomia ou histerectomia total abdominal. Entretanto, seu mecanismo etiológico ainda não está totalmente esclarecido. É caracterizada pela proliferação benigna de células do músculo liso na cavidade peritoneal e epíploon, cujas dimensões podem variar de milímetros a centímetros. O diagnóstico é confirmado por biópsia que mostra a presença de células do músculo liso sem atipia ou necrose, fibroblastos e miofibroblastos. A doença habitualmente é assintomática e é descoberta, acidentalmente, em exames de imagem ou em cirurgias abdomino-pélvicas. A transformação maligna é incomum e, quando ocorre, apresenta uma evolução lenta, de meses a anos. A LPD pode revelar-se como uma doença única ou estar associada a outras patologias, tanto benignas como malignas. O tratamento conservador é o mais recomendado, sendo possível com a suspensão da terapia hormonal contraceptiva, a administração de análogos do GnRH, moduladores dos receptores de estrogênios ou inibidores da aromatase. Uma abordagem mais agressiva é recomendada para a LPD com alto risco de degeneração maligna, sendo indicada, nesses casos, a histerectomia total com salpingo- ooforectomia bilateral e excisão de nódulos ou ressecção dos órgãos afetados. Conclusão: A LPD é uma doença rara que não possui um método diagnóstico e terapêutico bem estabelecido na literatura. Por isso, torna-se relevante a descrição de casos clínicos e seu acompanhamento para a contribuição na literatura médica.
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