Introdução: Um recurso imprescindível da UTI é a ventilação mecânica invasiva (VMI), utilizada em pacientes com insuficiência respiratória grave. O processo de transição da VMI para a respiração espontânea sofre influências de diferentes sistemas biológicos que podem levar a indução da inflamação sistêmica. Objetivo: explorar se marcadores inflamatórios clinicamente acessíveis são capazes de predizer o sucesso/insucesso de extubação em pacientes adultos. Métodos: pesquisa quantitativa, retrospectiva, longitudinal e analítica realizado em duas UTI adulto em um hospital universitário. A amostra foi dividida em grupo sucesso (GS) e grupo insucesso (GI). Coletou-se os resultados de exames laboratoriais, PCR, neutrófilos, linfócitos, leucócitos, promielócitos, mielócitos, metamielócitos e bastonetes, no período de 48 e 24 horas antes, no dia, 24 e 48 horas após a extubação. Resultados: Dos 147 pacientes, 39 (27%) falharam no processo de extubação. O GI apresentou maior tempo de internação em UTI com p<0,0001 e desfecho óbito durante internamento com p=0,03 (44%). A razão neutrófilos por linfócitos no GI apresentou valores elevados no dia, 24 e 48 horas após a extubação comparados ao GS com p=0,0035, p=0,0005 e p<0,0001, respectivamente. O ponto de corte da RNL no dia da extubação para prever o insucesso foi >6,9, com sensibilidade de 74,4% (IC 95% 57,9 a 86,9), especificidade de 58,5% (IC 95% 48,5 -68,0). Conclusão: A RNL emergiu como um marcador inflamatório eficaz, simples e de fácil obtenção, sugere-se que seja considerada por profissionais da saúde no dia da extubação como potencial preditor de insucesso e avaliada nas 48 horas subsequentes ao processo.Palavras-chave: Inflamação. Mediadores inflamatórios. Extubação das vias aéreas. Desmame do Ventilador.