ResumoO presente artigo, fruto de uma tese de doutorado, tem como propósito apresentar e discutir criticamente a proposta de educação básica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da descrição e da análise de alguns documentos da entidade expostos publicamente ao longo dos anos 2000. O projeto de educação básica dos empresários brasileiros contempla a necessidade dessa classe de competir no mercado globalizado e em crise, vinculando o aumento do nível de escolaridade ao aumento da produtividade e da inovação necessárias para sua consecução. As bases de tal projeto educativo são a retomada da teoria do capital humano, a empregabilidade e o empreendedorismo. Em termos de projeto social, os empresários remetem-se a um pacto social, ou seja, pretendem generalizar uma concepção de mundo em que não caberia o conflito entre capital e trabalho, mas sim a adaptação dos trabalhadores à sociedade de classes. Nessa concepção, a ênfase recai sobre um projeto educativo que visa à responsabilização dos indivíduos por suas próprias carreiras; assim, a inserção ou exclusão social não é vista como resultante da estrutura macrossocial, mas do esforço individual empreendido, ou seja, da capacidade de o trabalhador ser organicamente produtivo para o capital.
RESUMO: O artigo discute as categorias de conformação das subjetividades adaptadas ao cenário social de crise do capital, especificamente as categorias cosmopolitismo e performatividade, e como a categoria de competências, enfatizada na Base Nacional Comum Curricular, se relaciona com elas. As reformas educativas neoliberais possuem o papel de produzir conformismo por meio da formação unilateral para o trabalho e para uma cidadania adequada às características deste tempo: precariedade do trabalho e aumento do desemprego, competitividade, repressão do Estado e o aniquilamento das resistências da classe trabalhadora e, como pano de fundo ideológico, o processo de deslocamento das responsabilidades para o âmbito individual. As competências são uma forma de adaptação do projeto educacional a este tipo de sociabilidade, que esvazia as qualificações profissionais para percursos laborais individuais, inseguros, sujeitos a constantes avaliações. Assim, o cosmopolita, como empreendedor de si mesmo, é o projeto de formação humana adequada ao espírito performático neoliberal.
RESUMO: Trata-se de um artigo de revisão de literatura sobre a relação entre educação patrimonial, concepções de patrimônio e o turismo cultural. Defende-se que existe a necessidade de desenvolver ações interdisciplinares em políticas de turismo e educação patrimonial, para o melhor aproveitamento do patrimônio, ampliando sua atratividade para as cidades, bem como enriquecendo a experiência dos turistas, partindo da concepção de patrimônio como a herança produzida pelos homens em sociedade, e, logo, parte integrante da formação humana.Palavras-chave: Educação patrimonial. Turismo cultural. Patrimônio cultural. Educação. Revisão de literatura. Heritage, cultural tourism and heritage educationABSTRACT: This is a review of literature on the relationship between heritage education, conceptions of heritage and cultural tourism. It is advocated that there is a need to develop interdisciplinary actions on tourism and heritage education policies, for a better use of assets, increasing their attractiveness for the cities, as well as enriching the experience of tourists, starting from the conception of heritage as that which is produced by men in society, and therefore, an integral part of human development.
Este artigo pretende contribuir com a área Trabalho e Educação, através da análise descritiva e crítica de um importante documento produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a Reunião de Presidentes de Organizações Empresariais Ibero-Americanas, realizada no período de 12 a 16 de julho de 1993, em Salvador (BA). Esta análise tem como principal foco o levantamento de questões acerca da relação dos empresários brasileiros com as demandas para a educação básica, em relação à formação de um trabalhador adaptado às demandas do processo de trabalho caracterizado pela revolução microeletrônica, com habilidades e competências específicas, as quais, a partir dos anos de 1990, passam a ser a bandeira hegemônica do campo pedagógico brasileiro. Nesse sentido, o documento em pauta ganha em relevância pelo seu vanguardismo, adiantando tendências que foram incorporadas à política educacional contemporânea.
O Pensamento Decolonial Latino-Americano emerge de um grupo de teóricos e teóricas localizados epistemicamente no sul do mundo, cujas reflexões partem da ferida colonial, daqueles e daquelas que tiveram suas vozes e experiências suprimidas pela colonização e modernização. Diante disso, o objetivo que guia a escrita deste texto é analisar as discussões sobre o currículo e a proposta alternativa de educação encabeçada pelo movimento zapatista via pensamento decolonial, a fim de contribuir para uma construção curricular não eurocêntrica, decolonial e decolonizadora. Para tanto, realizei uma pesquisa teórica buscando elementos no pensamento decolonial, nas teorias críticas e não críticas do currículo, e na proposta alternativa de educação encabeçada pelo zapatismo, a fim de contribuir para a reflexão sobre o eurocentrismo no currículo. A partir dessa análise, percebe-se que o currículo dentro das tendências tradicional, tecnicista e renovada representa vários aspectos da colonialidade do poder, ser e saber, excluindo os conhecimentos e identidades dos povos e grupos sociais subalternizados. E que mesmo quando tendências críticas procuraram repensar o currículo dentro do pensamento ocidental, isso aconteceu dentro das orientações do pensamento eurocêntrico, apesar de constituírem importantes contribuições. No entanto, as alternativas de educação dos movimentos sociais latino-americanos, como o zapatismo, apontam e já constroem uma educação decolonial e não eurocêntrica. Os diferentes tipos de conhecimento são considerados em equidade de diálogo, são resgatados e valorizados. Tal discussão torna-se importante na medida em que uma transformação social só é possível juntamente com uma transformação epistêmica, já que a racionalidade ocidental sustenta e sustenta-se sobre o mundo moderno/colonial.
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