Resumo: Em tempos de pandemia de COVID-19, o isolamento social torna-se medida importante para determos o novo coronavírus que assola o mundo. Ao mesmo tempo, tal medida esbarra em uma realidade: a violência contra as mulheres que, em sua maioria, ocorre dentro de casa. O objetivo do artigo é promover uma análise discursivo-crítica da conjuntura brasileira que atravessa a violência doméstica em tempos de pandemia, relacionando-a às respostas do governo brasileiro e do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para combatê-la. A análise revela que tais respostas estão calcadas em um viés ideológico sustentado, principalmente, pela noção de família nuclear e pela negação do gênero, o que dificulta não só as ações concretas e eficazes para coibir a violência, como também desconsidera as intersecções de raça, classe e gênero, fundamentais para a produção de políticas públicas.
Apesar de o termo Letramento Digital estar em voga e ser recorrentemente citado nas mais diversas práticas sociais, muito ainda há para se discutir sobre o conceito, já que ele próprio se modifica na fluidez em que se configuram os ambientes digitais. Este artigo tem como objetivo, pois, dialogar sobre as definições acerta de tal termo, tanto as produzidas no campo acadêmico, por teóricas e teóricos, quanto no espaço socioescolar, por professoras e por professores em formação e em exercício, de diferentes realidades geopolíticas – Estados Unidos, Indonésia e Brasil –, a fim de evidenciar aproximações e afastamentos entre o teórico e o prático. O estudo fornece uma breve revisão bibliográfica sobre o tema. A análise é realizada de maneira qualitativo-interpretativista. Os dados foram extraídos de artigos teóricos e cruzados entre si para interpretação e discussão. Os resultados demonstraram que as definições sobre Letramento Digital produzidas por professoras e por professores são pouco complexas, principalmente no Brasil, sintetizadas, muitas vezes, pelas ferramentas digitais, e não pelo seu uso consciente e crítico, bem como pelo seu potencial socioemocional.
Em 2017, a lei nº 13.415 foi publicada orientando mudanças que deveriam ser colocadas em curso no ensino médio no Brasil. O objetivo deste artigo é identificar de que modo participantes de uma audiência pública negociam discursivamente seus próprios interesses. Como resultado, observa-se que há uma dinâmica argumentativa de estudantes e professores que tentam desconstruir a hegemonia. Esta pesquisa tem como proposta teórica-metodológica a análise do discurso crítica, a teoria da mercantilização de Fairclough, e algumas pesquisas sobre políticas educacionais brasileiras. O corpus deste artigo é analisado pelo método sincrônico-diacrônico de análise linguística de Pardo.
Este estudo analisa as construções sociodiscursivas inseridas no contexto da rede social Facebook, investigando as performatizações de identidades de gênero, proferidas na página “Orgulho de ser Hétero”. São analisadas imagens, postagens e os seus comentários, com o propósito de compreender como os/as interactantes constroem tais identidades. A análise é fundamentada teoricamente pela perspectiva da Análise do Discurso Crítica proposta por Fairclough ([1992] 2001). Em seguida, pela Análise da Conversação em Rede, proposta por Recuero (2004), bem como pelas “reações sociodiscursivas verbais” propostas por Gomes (2017; 2020, no prelo). Para embasar a discussão sobre performatização de gêneros, recorremos à Butler (2010).
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