Neste trabalho, com fundamentação teórica da análise crítica do discurso, analisa-se a forma como a mídia impressa de informação geral semanal representa a então Ministra Dilma Rousseff. Para tanto, tomaremos como ponto de partida o conceito de tecnologização do discurso, conforme discutido por Fairclough (1997, 2001). Para este autor, a tecnologizaçào discursiva se refere à reformulação das práticas discursivas de organizações e instituições sociais de acordo com estratégias e objetivos específicos.
Este trabalho é um recorte do projeto "Corpo na mídia impressa e televisiva: representações de vulnerabilidade social e diferença na sociedade contemporânea", fi nanciado pelo CNPq (PQ2). Agradeço à leitura de Renan Gomes. 2 O site brasileiro "Heterogoy" deixa muito claro que g0y não é gay e explica que "é um heterossexual mais liberal, que não faz sexo com homens, apenas faz brincadeiras sacanas, desde que nesses contatos não ocorra a penetração" (Jaru Online, 2014). Estudo explanatório-crítico de narrativas jornalísticas e a problematização de gêneros 1 An explanatory and critical study about journalistic narratives and the problematization of gender Contextualização Em 1960, as travestis eram atração de espetáculos e casas de show. Silva (2007) nos relata que, entre 1980 e 1990, programas de televisão de grande audiência em rede nacional tinham a participação constante de travestis (Rogéria era uma delas). Nas últimas décadas, há uma visibilidade recorrente na mídia em fi lmes, telenovelas e seriados de televisão, além da participação em programas de auditório entre outras práticas culturais. Assim, "é a partir dessas travestis que se expõem, seja na rua, seja no palco, que a sociedade mais abrangente toma contato e lida com o fenômeno" (Silva, 2007, p. 29). Isso implica dizer que as travestis e suas narrativas penetram na vida social seja por meio da ideia estereotipada da promiscuidade, prostituição, seja pelo viés alegórico, artístico. Kulick (2008) ressalta que, dentre os países da América Latina, o Brasil é o que dá mais visibilidade às travestis, tanto no espaço social, quanto no imaginário cultural. Travestis, transexuais, transgêneros, intersexos, g0ys 2 são algumas das Outridades que fogem à matriz heteronormativa, não apenas por uma questão de designa-RESUMO-Identifi cações como travestis, transexuais, transgêneros, intersexos e g0ys caracterizam "Outridades" que fogem à concepção heteronormativa sobre gênero e sexo, porque constituem performatividades subversivas, ou seja, atos políticos que desnaturalizam a matriz binária, hierárquica e atributiva. A realização de pesquisas Queer em interface aos estudos discursivos críticos nos serve de mote para problematizar essas novas expressões identitárias enquanto processos discursivos e sociais. O objetivo deste artigo é apresentar um estudo crítico da narrativa jornalística sobre a travesti Rogéria, na reportagem publicada na seção "Vida", na edição de setembro de 2013, na revista RG (Registro Geral do que interessa), publicação mensal da Carta Editorial. A partir do arcabouço teórico e metodológico proposto por Chouliaraki e Fairclough (1999) e Fairclough (2003), sobre a relação dialética entre gênero discursivo, discurso e estilo enquanto práticas que signifi cam ações, representações e identifi cações sociais, concluímos que a RG perpetua uma concepção essencialista sobre identidades de gênero e sexualidade, e restringe a construção de Rogéria ao contexto de shows e espetáculos. Considerando a potencialidade formadora de opinião pública que a mídia exe...
ResumoNeste artigo analiso as designações escolhidas pelos veículos Tititi, Site R7 e Site G1 para representarem as MC's Xuxu, Transnitta e Mulher Banana e as temáticas sobre pessoas trans, sexualidade e sexo, geradas em função da heterogeneidade textual e discursiva. Meu objetivo é problematizar a forma como as práticas midiáticas jornalísticas (tanto de revista, como de jornal) designam, denominam e atribuem vozes às MC's, que são mulheres trans corpos femininos generiicados. Serão analisados três textos noticiosos extraídos da revista popular Tititi e dos sites R7 (Grupo Record) e G1 (Rede Globo de produções), que fazem parte de um corpus documental do projeto Corpo na mídia impressa e televisiva: representações de vulnerabilidade social e diferença na sociedade contemporânea. Os dados serão analisados à luz de uma proposta transdisciplinar que dialoga os princí-pios epistemológicos dos estudos discursivos críticos, em especial a proposta anglo-saxã de Norman Fairclough (2001;, Chouliaraki e Fairclough (1999), e das pesquisas epistemológicas e ontológicas sobre identidades de gênero, sexualidade e sexo (LOURO, 2007;BUTLER, 2010 BUTLER, , 2015 CESAR;2014;BENTO, 2015a, BENTO, 2015b e do debate sobre corpo como construto semiótico (LE BRETON, 2003, 2010, 2014. Palavras-chave: ADC; Identidades de Gênero; Mídia; Corpo Gender identities in the funk movement: a critical explanatory study of Brazilian newspaper newsAbstract his article analyzes the designations chosen by the vehicles Tititi, R7 Site and Site G1 to represent the MC's Xuxu, Transnitta and Banana Woman and the issues about trans people, sexuality and gender, generated on the basis of textual and discursive heterogeneity. My intention is to discuss how the journalistic media practices (both magazine and newspaper) designate, call and assign voices to MC's, who are women trans gendered female bodies. I will analyze three news texts in the popular magazine Tititi and site R7 (Record Group) and site G1 (Rede Globo productions), which are part of a documentary corpus of body design in print and broadcast media: social vulnerability representations and diference in contemporary society. he data will be analyzed in the light of a transdisciplinary proposal that dialogues with the epistemological principles of critical discourse studies, especially the Anglo-Saxon proposal by Norman Fairclough
RESUMO A partir dos relatos de homens trans estudantes de uma escola pública brasileira, analisamos as práticas sociodiscursivas de resistência produzidas por eles principalmente na esfera educacional, mas também no âmbito familiar. Para tanto, nossa pesquisa discursiva-etnográfica vincula-se teórica e metodologicamente à Análise de Discurso Crítica de vertente anglo-saxã, empreendida por Norman Fairclough e Lilie Chouliaraki, que tem propriedade transdisciplinar. A fim de produzir uma crítica-explanatória, articulamos a análise linguístico-discursiva dos dados semióticos aos Estudos de Gênero. Nas narrativas, observamos identificações e representações de práticas violentas que banalizam o reconhecimento e as necessidades particulares dos corpos trans estudantes promovendo opressões que emergem a partir da combinação de diferentes eixos da diferença, como o gênero e a raça. Essas interpelações violentas motivam esses agentes sociais a reagirem discursivamente em meio à vida social potencialmente cis-heteronormativas e normalizadora.
Resumo: A comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e outras identidades é o foco deste artigo por conta das formas que tem construído para lidar com violações de direitos ligados aos gêneros e as orientações sexuais em espaços sanitários, educacionais e políticos. Buscou-se compreender as estratégias de enfrentamento em relação a essas violências por uma lente pósestruturalista, entendendo-as como performatividades. Dessa forma, o objetivo desse artigo é identificar e analisar as estratégias de enfrentamento contra violências motivadas por preconceitos em face de gêneros e/ou orientações sexuais, com foco no agir militante e nos movimentos sociais. Pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas com roteiro semiestruturado com nove pessoas não cisheterossexuais. O grupo foi formado através da técnica Bola de Neve, tendo os movimentos sociais como informantes-chave na cadeia de contatos. As narrativas foram analisadas por meio de Análise do Discurso Crítica, ligada à Teoria Social do Discurso, juntamente com o auxílio do software KitConc versão 4.0. De acordo com as participantes dessa pesquisa, a militância é construída quase como de forma deôntica, pois auxilia na busca por uma vida boa em meio a vida ruim. Seja pela conversa com um amigo ou com o pai dele, o diálogo firma-se como o cerne militante de pessoas LGBTQ+. Aparece ainda a automilitância como a resistência de si, da incapacidade de despossuir-se, da ilusória autossuficiência do ser humano.
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