Estes escritos tratam de um recorte sobre algumas problematizações vivenciadas na disciplina de Ciências e Educação ministrada no curso de Licenciatura em Pedagogia. Trata-se de uma breve análise que procurou pensar diversas representações culturais existentes em desenhos animados, com futuros professores/as, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais. Esse campo de pensamento considera que aprender e produzir significado sobre as coisas do mundo não se limita ao espaço escolar, visto que artefatos culturais – tais como filmes, propagandas, músicas, pinturas, textos literários – ensinam coisas às crianças sem que tenham a mesma estrutura e intencionalidade da escola. De acordo com os Estudos Culturais da Educação em Ciência, esses artefatos, usados recorrentemente nas escolas, possuem um efeito educativo, ensinam sobre os conhecimentos em Ciências Naturais e, junto a eles, enunciam uma série de representações naturalizadas, as quais possuem efeitos sob a produção de subjetividades dos indivíduos. Entre rechaçar os desenhos animados (não os usar em sala de aula) e passá-los às crianças indiscriminadamente, existe um mundo de possibilidades. A lógica predominante na escola é a do uso desses materiais na perspectiva da complementação da informação, assim como estratégia de captura da atenção, imobilidade e confinamento extensivo do corpo. Por isso, consideramos significativo que os futuros professores/as se questionem sobre como podem adotar esses artefatos em suas aulas, visto que os mesmos constituem uma rede de significações que ‘discursam’ não somente sobre ciências, mas sobre modos de ser criança, mulher, homem, negro, gay, branco em nossa complexa e produtiva rede cultural.
ResumoCrianças abalam teorias, problemas, verdades, as formas e fôrmas. Inspirado num modo de pensar-criança é que estes escritos se resumem em compartilhar sobre um processo investigativo o qual apresenta como foco a possibilidade de produzir uma estratégia de aprender e ensinar ciências através das perguntas-máquinas das crianças (DELEUZE; GUATTARI, 1997). Essa investigação foi desenvolvida em espaços onde se atua como docente em disciplinas de cunho metodológico em ciên-cias naturais, consistindo em incitar os/as acadêmicos/as sobre que tipo de relação eles/as estabelecem com as ciências naturais, experimentando possibilidades de serem afetados/as por perguntas-crianças. Não se deseja defender o aperfeiçoamento de aulas ou um melhoramento de estratégias de ensino, mas de encontrar na pergunta-criança uma potência para explorar outras possibilidades de movimentar as práticas de futuros professores, de aprenderem e ensinarem ciências para crianças. Palavras-chave: pergunta-criança, ensino de ciências, formação de professores.
A perspectiva da invenção numa pesquisa em educação: processos e aprendizagens de um pesquisar-inventivo. ResumoEstes escritos compõem a trajetória de um encontro entre uma pesquisa em educação e a temática da invenção, de Virgínia Kastrup. Trata de percorrer o processo dessa pesquisa e a relação da invenção, os processos de subjetivação e a formação de professores. A perspectiva cognitiva da invenção é a da invenção de problemas e implica um constante movimento de problematização, de afetar-se pela novidade e pela surpresa, potencializando-se na possibilidade e capacidade do vivo de problematizar, de eliminar o determinismo que a recognição impõe. Com base nisso, encontros com futuros professores foram pensados dentro de um espaço formativo: provocações, colocações de problemas, forças que permitissem rupturas recognitivas, afecção, estranhamento ao que chegava de diferencial e problemático. Uma pesquisa que se fez num movimento incessante de idas e vindas, no próprio processo de aprender outro campo de possibilidades de pensar, de criar, de sentir, e de viver. Palavras-chave: invenção, problematização, pesquisa em educação, aprendizagem, processualidadeThe perspective of invention in research in Education: processes and learning of an inventive-research AbstractThese writings constitute the trajectory of an encounter between a research in Education and Virgínia Kastrup's thematic of invention. They are about going through the process of this research and the relation of invention, the processes of subjectification and teachers' formation. The cognitive perspective of invention is the one of problem invention and implies a constant movement of problematization, of getting affected by novelty and surprise, potentialized in the possibility and capability of the living problematizing, eliminating the determinism which recognition imposes. Based on this, meetings with pre-service teachers were considered within a formative space: provokations, problem posing, forces which allow recognitive ruptures, affection, strangeness to what appear different and problematic. A research which was done in an unceasing movement of comings and goings, in the process of learning another field of possibilities for thinking, creating, feeling, and living. O nome cunhado posteriormente de Encontros, foram movimentos construídos neste espaço, com base em uma perspectiva inventiva da cognição e que, através do olhar cartográfico, a pesquisa se fazia, em linhas incertas e moduláveis.Nesta perspectiva, abre-se campo para a liberdade de contar um percurso, quando aberta efetivamente para a invenção de problemas na pesquisa, e não resolução dos mesmos. Ao longo desse processo, vou trazendo ao leitor alguns caminhos, escolhas, e o delineamento de instalação de paralisias e inquietações, onde então a pesquisa tomava outros rumos e construía suas direções divergentes, indo, voltando, e remanejando os traçados.A invenção está atrelada, neste artigo, à aprendizagem. Ambos são processos correlativos. E para explicar propriamente a invenção, com b...
A variação populacional e reprodutiva de roedores cricetídeos do Maciço do Urucum foi analisada em uma região pouco conhecida em relação à história natural de mamíferos. Embora os espécimes tenham sido obtidos de museu, estes foram capturados através de armadilhas de queda e puderam ser analisado em relação à ecologia populacional. As coletas foram realizadas em fases mensais, com cinco dias de duração, em três áreas, de dezembro de 2000 a setembro de 2002. As espécies mais abundantes foram os roedores Akodon toba, Calomys callosus, Euryoryzomys nitidus e Oecomys bicolor. As abundâncias das espécies foram normalmente maiores durante a estação chuvosa e início da estação seca. Porém, houve diferença importante nos picos populacionais entre jovens e adultos de A. toba e E. nitidus, sendo que ambas as espécies apresentaram um pico de jovens na estação chuvosa, enquanto que adultos o apresentaram na estação seca. Assim, houve correlação entre as variações populacionais de A. toba e C. callosus e, por outro lado, entre E. nitidus e O. bicolor. A disponibilidade sazonal de recursos deve estar relacionada à atividade reprodutiva das espécies e à presença de jovens nas populações, visto que a sazonalidade climática é bem marcante na região. Calomys callosus apresentou o maior tamanho de ninhada e presença de dimorfismo sexual em tamanho e massa corporal. As espécies mostraram respostas aproximadamente similares em relação às estações climáticas, mas diferiram em certos atributos específicos relacionados às suas histórias de vida. Palavras-chave: esforço reprodutivo, abundância, dimorfismo sexual, pequenos mamíferos, tamanho de ninhada, resposta à sazonalidade, condição reprodutiva de machos.
<title>RESUMO:</title><p>O presente artigo propõe pensar sobre o processo de individuação na formação de professores, aprofundando o olhar nos processos que permeiam a formação docente, muitas vezes legitimada por modos de ser que delimitam uma "forma". Utilizamos, principalmente, o diálogo teórico entre o escritor Mia Couto e o filósofo Gilbert Simondon, para trazer à tona a operação de individuação que lida com outros tempos e espaços formativos. A individuação que conversa com a literatura nos permite perceber a processualidade do vivo, em seu caráter de inacabamento, e das nossas individuações infinitas, efetuadas pelo afetivo. Mia Couto, através da sua escrita literária, ilustra a não-identidade de Simondon e de como acessamos o mundo (e somos acessados por ele) quando nos desvencilhamos de modos de ser definidos e determinados. Assim, desconstruimos o indivíduo tomado como entidade acabada e fazemos aparecer o sujeito em co-existência com o mundo.</p>
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