Estes escritos tratam de um recorte sobre algumas problematizações vivenciadas na disciplina de Ciências e Educação ministrada no curso de Licenciatura em Pedagogia. Trata-se de uma breve análise que procurou pensar diversas representações culturais existentes em desenhos animados, com futuros professores/as, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais. Esse campo de pensamento considera que aprender e produzir significado sobre as coisas do mundo não se limita ao espaço escolar, visto que artefatos culturais – tais como filmes, propagandas, músicas, pinturas, textos literários – ensinam coisas às crianças sem que tenham a mesma estrutura e intencionalidade da escola. De acordo com os Estudos Culturais da Educação em Ciência, esses artefatos, usados recorrentemente nas escolas, possuem um efeito educativo, ensinam sobre os conhecimentos em Ciências Naturais e, junto a eles, enunciam uma série de representações naturalizadas, as quais possuem efeitos sob a produção de subjetividades dos indivíduos. Entre rechaçar os desenhos animados (não os usar em sala de aula) e passá-los às crianças indiscriminadamente, existe um mundo de possibilidades. A lógica predominante na escola é a do uso desses materiais na perspectiva da complementação da informação, assim como estratégia de captura da atenção, imobilidade e confinamento extensivo do corpo. Por isso, consideramos significativo que os futuros professores/as se questionem sobre como podem adotar esses artefatos em suas aulas, visto que os mesmos constituem uma rede de significações que ‘discursam’ não somente sobre ciências, mas sobre modos de ser criança, mulher, homem, negro, gay, branco em nossa complexa e produtiva rede cultural.
A escrita deste artigo consiste em um estudo sobre o pensamento filosófico de Gilles Deleuze em torno do conceito de signos, e o que o mesmo dispara a pensar sobre a noção de aprendizagem no contexto da educação. Muitas das conexões teóricas aqui expostas foram fundamentadas nos estudos do livro Proust e os signos (DELEUZE, 2010) e na literatura de Em busca do tempo perdido (PROUST, 2006a; 2006b; 2013). Igualmente relevantes foram as experiências docentes que ocorreram concomitantes à pesquisa fazendo pensar a docência através dos signos produzidos na literatura proustiana e a possibilidade encontrada no método da cartografia. Trata-se de uma pesquisa em educação que foi produzida processualmente nos encontros e situações ao longo do trajeto, e que possibilitou pensar o que seria aprender ao encontrar-se com os signos.
Prezados leitores e leitoras! É com alegria que apresentamos o terceiro número do volume 14 da Revista Digital do LAV de 2021. Nessa edição, contamos com sete artigos de autoria de pesquisadoras e pesquisadores vinculados à diferentes instituições brasileiras:
O presente estudo compartilha algumas proposições e experimentações com o cinema em uma disciplina da pós-graduação em Educação, e no espaço da escola com estudantes do Ensino Fundamental, anos finais. Fez-se um recorte das leituras e movimentos realizados a partir das experiências com três narrativas fílmicas: “O preço do amanhã” (2011), “Medianeras” (2011) e “O doador de memórias” (2014), friccionados às noções que o filósofo Gilles Deleuze propôs sobre o cinema. Enquanto processo metodológico adotou-se a garimpagem como possibilidade de produção dos dados e desta escrita, pois recolhemos e problematizamos os elementos que nos afetaram no decorrer dos encontros, como: falas, leituras, fragmentos dos filmes e escritas, para pensar a concepção de cinema na educação. O movimento proposto foi olhar para os filmes como mobilizadores do pensamento, ao situar como problemática a questão – como as imagens fílmicas podem acionar o pensamento e produzir escritas para pensar a educação? Como resultado apresentamos as produções de sentido ativadas pelos estudantes e pelas pesquisadoras a partir das três películas, como um modo de pensar, mas também de olhar para as imagens nas suas distorções, em suas incipiências, não na busca de uma verdade, de uma essência, mas na medida em que ver é permitir ir além do campo visível, em que ver é movimentar o pensamento e também criar. Recebido em: 05/01/2019.Aprovado em: 21/02/2019.
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