INTRODUÇÃO: É evidente que a disseminação de coronavírus em ambientes carcerários ocorre de maneira exacerbada, devido a fatores como a impossibilidade de isolamento horizontal, a superlotação e a insalubridade dos presídios. Assim, é necessária a promoção de discussões de saúde pública a respeito das pessoas privadas de liberdade (PPL) no contexto da coronavirus disease 2019 (COVID-19) entre estudantes de medicina. RELATO: A realização do ICPLL no contexto da pandemia da COVID-19, com a discussão de aspectos jurídicos e sociais sobre PPL, organizou-se em duas etapas: publicidade e conhecimento. A publicidade foi realizada por meio das redes sociais, enquanto a etapa de conhecimento compreendeu discussões acerca dos direitos humanos dos detentos e suas realidades durante o período de restrições para combate à pandemia. Em relação aos aspectos jurídicos e sociais, pôs-se em questão a responsabilidade do Estado sobre as PPL. Já no que diz respeito às questões sanitárias e epidemiológicas, discutiu-se as precárias condições de saúde dos detentos. DISCUSSÃO: A superlotação das detenções brasileiras impossibilita o distanciamento social entre os prisioneiros, tornando essas instalações epicentros de doenças infecciosas, como é o caso da COVID-19. Assim, a Organização Mundial da Saúde passou a recomendar medidas para prevenir a COVID-19, como o desencarceramento, adotada pelo Brasil. Nesse sentido, reduziu-se também o amparo à saúde mental, refletindo negativamente nesses sujeitos. As discussões promovidas são fundamentais aos estudantes de medicina para o entendimento da pandemia em seus variados aspectos. CONCLUSÃO: O debate acerca das condições das PPL durante a pandemia da COVID-19, promovido pelo ICPPL, fez com que as iniquidades em saúde fossem expostas, demonstrando como as PPL estão mais suscetíveis à contaminação. Essa conjuntura é explicada pelas condições precárias das prisões brasileiras, envolvendo a higiene e superlotação.
Introdução: Atendimentos dermatológicos foram prejudicados pela pandemia da COVID-19, com diagnósticos atrasados e tratamentos interrompidos. Pacientes com câncer de pele, por exemplo, foram especialmente afetados, já que a progressão de lesões e o risco de metástase aumentam. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi analisar o impacto da pandemia da COVID-19 na realização de procedimentos cirúrgicos em dermatologia no Brasil. Metodologia: O estudo é retrospectivo, descritivo e quantitativo. Os dados foram obtidos a partir de registros do Sistema de Informações de Saúde (TABNET) do DATASUS. Foram analisadas “Pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa” entre os Procedimentos Hospitalares do SUS do período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, sendo consideradas as variáveis Região e Caráter de Atendimento. Resultados: Foram realizadas 554.591 pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa entre 2016 e 2020 no Brasil. O Sudeste apresentou o maior número de registros (47,15%; n=261.477). No período de 2016 a 2019 houve um aumento de 16,44% nos procedimentos realizados, totalizando 130.099 em 2019. Entretanto, no ano de 2020 houve queda de 38,59% em relação a 2019, com 79.887 procedimentos. Ademais, em todos os anos predominou o caráter eletivo, totalizando 402.344 (72,5%). O aumento foi de 25,2% no período de 2016 a 2019, mas em comparação a 2019, houve uma redução de 44,9% em 2020. Discussão: A pandemia da COVID-19 reduziu o número de profissionais especializados atuantes nos ambulatórios, com o remanejamento da mão de obra e reestruturação do serviço para o atendimento aos infectados pela COVID-19, refletindo na redução de consultas e procedimentos, resultando no atraso do acompanhamento e resolução de doenças dermatológicas. Conclusão: Conclui-se, portanto, que o a realização de procedimentos dermatológicos foi fortemente influenciada pela pandemia da COVID-19, com efeito direto no funcionamento de serviços da especialidade.
OBJETIVO: Avaliar a incidência e o perfil epidemiológico de meningite no estado de Santa Catarina (SC) entre 2010 a 2020, segundo a faixa etária, gênero, etiologia e evolução. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo quantitativo sobre o perfil epidemiológico da meningite entre 2010-2020 em SC. Os dados referentes ao ano do primeiro sintoma, faixa etária, gênero, etiologias e evolução foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil, sendo apresentados na forma de frequências absolutas e relativas. RESULTADOS: Identificaram-se 8.473 casos de meningite, dos quais 61,6% em homens. A maior e a menor incidência foram em 2017 e 2020, respectivamente. Na prevalência por faixa etária, a maior taxa foi em indivíduos de 20-39 anos (22,96%). A etiologia mais prevalente foi viral (43,51%), enquanto a menos prevalente foi a meningite por Haemophilus influenzae. A evolução com alta foi maior entre as mulheres, assim como os óbitos por meningite. A faixa etária com maior taxa de alta e menor taxa de óbitos por meningite foi de 5 a 9 anos. Em relação à etiologia, a menor taxa de óbitos por meningite e a maior taxa de alta foram identificadas na meningite viral. CONCLUSÕES: Identificou-se a permanência da endemia de meningite em SC no período analisado, embora em 2020 houvera queda, o que pode estar associado à pandemia da COVID-19. Ademais, os óbitos por meningite reduziram em comparação à década anterior, representando 8,34% dos desfechos.
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