RESUMOO objetivo do presente artigo é desenvolver reflexões a respeito da cultura da prática da adoção no Brasil, as mudanças acontecidas no decorrer dos nossos cinco séculos de história e como se constituem hoje as famílias adotivas em nosso país. Embora a prática da adoção tenha assumido diversos lugares, alguns de destaque e outros de ostracismo no decorrer da história ocidental, no Brasil, o aspecto da caridade, presente nas primeiras adoções realizadas perpassa o imaginário social até os dias atuais, embora a prática mostre um cenário diferente no que diz respeito a este tipo de filiação. Ampliar a imagem social sobre a adoção, possibilitando uma desmistificação de idéias enraizadas somente acontecerá quando o assunto deixar de ser preocupação somente das famílias por adoção e de alguns profissionais que trabalham com a temática, e passar a se constituir em interesse da sociedade geral.
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a vivência de ser mãe, através da adoção, no caso de mulheres férteis cujo companheiro é infértil. Partiu-se do referencial fenomenológico-existencial, utilizando-se como instrumento metodológico a narrativa. Os resultados mostraram que a maternidade permanece como um dos principais papéis femininos, bem como que a adoção pode ser pensada como alternativa para realizar o desejo de ser mãe e, ao mesmo tempo, agradar o marido, garantindo a continuidade daquela relação amorosa. Através dos cuidados maternos, a mulher pode se realizar como mãe, acarretando novo sentido para sua vida, embora a ausência da gravidez seja motivo de frustração e/ou sofrimento. Ao final, o estudo enseja reflexões de que, para se realizar como mãe, a mulher não precisa, necessariamente, gerar filhos, sendo a maternidade uma das inúmeras possibilidades que lhe são apresentadas, que ela pode escolher, ou não, realizar.
Culturalmente, procriar é entendido como uma situação que homens e mulheres vivenciarão ao longo da vida. Para o homem, a infertilidade está estreitamente relacionada com perda de masculinidade, com fracasso em seu papel de macho. Este estudo objetivou compreender os impactos que a infertilidade produz na existência de sete homens heterossexuais inférteis. A análise do material partiu da interpretação hermenêutica, tendo como referência teórico-metodológica a analítica da existência, do filósofo Martin Heidegger. Ao final, o estudo enseja reflexões sobre a necessidade de mudanças na formação de base dos meninos, além de espaços de acolhimento aos homens e a suas expressões de sofrimento, bem como o reconhecimento em sua capacidade de superação das situações dolorosas, sem lhes retirar a masculinidade. Palavras-chave: Infertilidade masculina. Gênero. Pesquisa fenomenológica. Martin Heidegger.
Inspirado nas ideias apresentadas pelo filósofo Martin Heidegger, especificamente no círculo hermenêutico, este trabalho tem por objetivo pensar uma proposta de método para a pesquisa qualitativa em Psicologia. Parte da compreensão de método como sendo o caminho que desenha a rota percorrida pelo pesquisador e que vai acontecendo à medida que a pesquisa se desenvolve. O círculo hermenêutico heideggeriano descreve um processo que envolve um movimento circular compreensivo e serve de inspiração para a proposta de método apontada neste trabalho. A circularidade permite pensar o processo de pesquisar como sendo provisório, ao mesmo tempo que indica uma compreensão e uma interpretação contínuas, ininterruptas, portanto, inesgotáveis e características do existir humano. Numa tentativa de facilitar a compreensão, a proposta de método é apresentada de maneira didática, a partir dos conceitos de posição prévia, visão prévia e concepção prévia, cujo fim não é chegar a uma explicação ou verdade absoluta, mas ao desvelamento de sentidos, o que permite a compreensão do fenômeno estudado. Finaliza com o intuito de oferecer aos pesquisadores da área de ciências humanas uma possibilidade de se pensar um método que não dispense o rigor científico, mas que torne possível desvelar fenômenos relativos à existência.
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