Este artigo apresenta a narrativa, segundo as idéias de Walter Benjamin, como uma modalidade de pesquisa na perspectiva fenomenológica. A partir de estudo realizado pela autora através de narrativas, introduzem-se os fundamentos teóricos e metodológicos da perspectiva fenomenológica, ancorados na ontologia heideggeriana e nas idéias de teóricos da abordagem fenomenológica e existencial na Psicologia. Pretende-se mostrar que a experiência, dimensão existencial do viver, pode ser abordada e compreendida através da narrativa, o que torna esta técnica apropriada à pesquisa de inspiração fenomenológica e existencial.
N este artigo pretendemos abordar alguns aspectos pertinentes à área da Psicologia Clínica enquanto um campo de produção de saberes e da prática do psicó-logo. Tomamos como ponto de partida a evolução histórica deste campo de atuação, ancorando as nossas argumentações em estudos desenvolvidos por autores brasileiros que se debruçaram sobre as mudanças ocorridas nessa área nos últimos anos. Ao mesmo tempo, fazemos considerações acerca de algumas noções pertinentes à prática clínica, como a escuta clínica, sofrimento psíquico, subjetividade e a possibilidade de aplicação dessa dimensão da psicologia aos novos campos de atuação do psicólogo na contemporaneidade, fundamentando as nossas considerações em idéias e concepções originadas tanto no campo da psicologia, quanto no pensamento fenomenológico, através das idéias de Martin Heidegger.A maior inspiração para este trabalho nasceu da atividade clínica de plantão psicológico desenvolvida no ProntoSocorro (PS) do maior hospital da rede pública do Rio Grande do Norte, através de um projeto de extensão, em funcionamento há quatro anos. A partir de então, temos pensado nas transformações e evoluções do conceito e significados da Psicologia Clínica, até os dias atuais. E isto ocorre pelo fato de vermos ações como a que nos referimos, num setor de Considerações sobre as significações da psicologia clínica na contemporaneidade Elza Dutra Universidade Federal do Rio Grande do Norte ResumoEste artigo considera a evolução de significados e conceitos da Psicologia Clínica e suas implicações para as ações do psicólogo dessa área. Para isso baseia-se no pensamento fenomenológico e nas idéias de alguns estudiosos da psicologia, na tentativa de melhor compreender as mudanças ocorridas nos saberes e fazeres do psicólogo clínico. A análise empreendida confirma a importância do compromisso social do psicólogo na sua prática e sugere que a postura clínica repousa não só na formação teórico-técnica, mas, sobretudo, na ética da escuta do não-dito e do interditado.Palavras-chave: psicologia clínica; clínica fenomenológica; compromisso social; escuta clínica; ética. AbstractConsiderations on the meanings of clinical psychology in our times. The aim of this article is to discuss the evolution of the meanings and concepts of Clinical Psychology and its implication for the psychologists in this area. The discussion is based on the concepts of the phenomenological approach and the ideas of authors in Psychology and leads to a better understanding of the changes that have taken place on psychological knowledge and practices. Such analysis points to the relevance of social commitment from the clinical psychologist and suggests that the accomplishment of his work lies not only on a proper theoretical and technical knowledge, but above all on an ethical attitude regarding the listening of what is unsaid and censored.
RESUMOEstudos realizados na região nordeste com estudantes universitários dos cursos de medicina e de psicologia evidenciam um alto índice de ideação e de tentativas de suicídio entre eles. Ao mesmo tempo, não são incomuns as notícias de suicídio de estudantes em instituições de ensino superior, em universidades da região nordeste e sudeste, como por exemplo, Pernambuco e Rio de Janeiro. Partindo dessas evidências, este trabalho desenvolve reflexões acerca do contexto acadêmico, social e existencial em que tal fenômeno ocorre. Para isso recorre-se a algumas ideias da Analítica Existencial, tais como angústia, tédio e técnica. Espera-se que as discussões empreendidas possam acrescentar ao campo de estudo, bem como despertar as instituições acadêmicas para a importância desse fenômeno e, assim, favorecer a criação de estratégias de cuidado e solicitude que possam acolher o aluno em sua dimensão existencial. Palavras-chave: suicídio de universitários, suicídio e analítica existencial, tédio e suicídio, fenomenologia heideggeriana.
RESUMOO objetivo do presente artigo é desenvolver reflexões a respeito da cultura da prática da adoção no Brasil, as mudanças acontecidas no decorrer dos nossos cinco séculos de história e como se constituem hoje as famílias adotivas em nosso país. Embora a prática da adoção tenha assumido diversos lugares, alguns de destaque e outros de ostracismo no decorrer da história ocidental, no Brasil, o aspecto da caridade, presente nas primeiras adoções realizadas perpassa o imaginário social até os dias atuais, embora a prática mostre um cenário diferente no que diz respeito a este tipo de filiação. Ampliar a imagem social sobre a adoção, possibilitando uma desmistificação de idéias enraizadas somente acontecerá quando o assunto deixar de ser preocupação somente das famílias por adoção e de alguns profissionais que trabalham com a temática, e passar a se constituir em interesse da sociedade geral.
Esta pesquisa teve como objetivo compreender a vivência de ser mãe, através da adoção, no caso de mulheres férteis cujo companheiro é infértil. Partiu-se do referencial fenomenológico-existencial, utilizando-se como instrumento metodológico a narrativa. Os resultados mostraram que a maternidade permanece como um dos principais papéis femininos, bem como que a adoção pode ser pensada como alternativa para realizar o desejo de ser mãe e, ao mesmo tempo, agradar o marido, garantindo a continuidade daquela relação amorosa. Através dos cuidados maternos, a mulher pode se realizar como mãe, acarretando novo sentido para sua vida, embora a ausência da gravidez seja motivo de frustração e/ou sofrimento. Ao final, o estudo enseja reflexões de que, para se realizar como mãe, a mulher não precisa, necessariamente, gerar filhos, sendo a maternidade uma das inúmeras possibilidades que lhe são apresentadas, que ela pode escolher, ou não, realizar.
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