A proposta deste dossiê – Ensino de literatura e experiência estética – prioriza a experiência estética, na leitura literária e também nas práticas pedagógicas, destacando-se os tópicos: a) a importância da interação; b) as aproximações producentes entre as práticas e as teorias de mestrados profissionais e de estudos literários, no intuito de minimizar limites naturalizados sobre o ensino de literatura, desde a Educação Básica. Nas últimas décadas, que incluem a passagem do século XX para o XXI, o ensino da literatura, em muitos casos, luta contra o desaparecimento. Um aliado veio da tecnologia, pois, as várias e recentes inovações tecnológicas, assim como o uso de diferentes plataformas, não apenas possibilitam acesso aos textos, literários ou não, como propiciam o surgimento de outros gêneros discursivos, multimodais, colaborativos e híbridos. Num cenário em mutação, o significado da leitura amplia-se, uma vez que ler significa atentar para múltiplas linguagens presentes no texto. O uso da linguagem verbal escrita, verbal oral, sonora não verbal, visual etc., constitui um espectro amplo da produção textual e de possibilidades de leitura.Fundamental para a formação plena do ser humano, o ensino de literatura, assim como de outras manifestações artísticas, estimula a sensibilidade e a crítica, componentes muitas vezes negligenciados por uma formação tecnicista. Privilegiam-se teóricos que discutem o lugar das artes na formação do indivíduo e nos próprios documentos oficiais de educação, não aqueles que negam esse lugar e sua importância. A capacitação técnica do aluno não prescinde do estímulo ao exercício da sua subjetividade, visto que, através desta última, nos tornamos mais críticos e criativos.Num país reconhecidamente marcado pelas desigualdades, na dimensão do humano, do que é dignidade e cidadania, acentua-se uma constante mobilização no sentido de aprimorar o trabalho docente, ao aperfeiçoar novos e antigos conhecimentos. Tornam-se indispensáveis as funções que motivem experiências no modo de fazer e sentir, ao promover a formação do humano e de sua humanidade, não apenas entre os grupos humanos, mas entre estes e o mundo, lugares e ambientes, incluindo-se todos os seres vivos que afetam e são afetados por nossas ações, em comunidades tradicionais e fluidos pertencimentos.O texto literário, como objeto estético na formação do indivíduo, e a literatura, em sentido amplo e nos documentos orientadores e norteadores do currículo, convergem para um campo de atuação – o artístico-literário –, com início no Ensino Fundamental. Sem abandonar o ensino que promove, em sua maior parte, o acesso aos textos clássicos, propomos estender a devida atenção às produções contemporâneas, trazer para a escola gêneros e modos de fazer e dizer as literaturas indígenas, africanas, afro-brasileiras, latinoamericanas e de literatura universal. O ensino de literatura, portanto, não se confunde com certa “facilitação”, na escolha de textos com linguagem mais acessível aos leitores. O difícil e o fácil são indispensáveis no aprendizado, um não exclui o outro, o que se aprende é repleto de texturas, na construção de repertórios que se iniciam na escola, mas nela não findam; pelo contrário, um dos principais papeis da escola é o de promover aberturas, não fechamentos.
Resumo: Este trabalho se propõe tecer considerações sobre a institucionalização do ensino da literatura brasileira e utiliza como corpus crônicas de Joaquim Manuel de Macedo reunidas no livro Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro, publicado em 1862. O registro de medidas administrativas e pedagógicas estruturadoras da instituição constitui material de grande relevância para esse estudo. Palavras-chave: Joaquim Manuel de Macedo. Crônicas. Ensino de literatura. Introdução Além da chegada tardia da imprensa, outra dificuldade para a difusão da cultura letrada em nosso país estava intimamente ligada à falta de uma política educacional que o dotasse de uma rede de ensino eficiente.
Resumo: A leitura em sala de aula pressupõe o estudo de diferentes gêneros textuais, entre os quais se encontram os gêneros literários. A formação estética dos alunos constitui um grande desafio para muitos professores da Educação Básica. O fortalecimento do ensino da literatura requer, contudo, maior aproximação entre as pesquisas acadêmicas e as práticas pedagógicas nas escolas. Em uma sociedade dominada por tecnologias visuais e pela cultura do entretenimento, é preciso rediscutir os objetivos de ensinar e estudar literatura, a relevância da educação literária e ainda o meio de fortalecer sujeitos sociais através da disciplina. Este trabalho se propõe a discutir a importância da crônica para a tarefa desafiadora de inserir crianças e jovens no mundo da leitura. Por suas próprias características, a crônica abre um caminho mais atraente para esse mundo além de funcionar como um incentivo à produção textual dos próprios alunos. Palavras-chave: Crônica. Formação do leitor. Ensino de literatura.Abstract: Reading in a classroom presupposes the study of different textual genres among which lies the literary one. The students" aesthetic formation constitutes a great challenge to a lot of Junior High School teachers. The encouragement to the teaching of literature requires, however, closer contact between the academic research and the pedagogical practices at schools. In a society in which the visual technologies and the entertainment culture prevail, it is necessary to re-discuss the objectives of teaching and studying literature, the relevance of literary education as well as a means of strengthening social subjects through the subject matter. This work aims at discussing the importance of the chronicle for the challenging task of inserting children and youngsters in the world of reading. Due to its own characteristics, the chronicle offers a more attractive way to reach this world besides working as an incentive to the students" own written texts. Keywords:Chronicles. Reader formation. Teaching literature.O conhecido desinteresse dos alunos da Educação Básica pela leitura do texto literário não pode ser explicado simplesmente como desprezo, rebeldia ou algo semelhante. Uma série de fatores é responsável por esse distanciamento.O objetivo deste estudo, porém, não é tecer considerações sobre esses fatores, mas sim buscar práticas que estimulem a leitura desse gênero textual.
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